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GOVERNO TEMER | Governo busca criar agenda popular para preparar corte de direitos

Com baixo índice de aprovação, Temer busca criar agenda de medidas populares como preparação para ataques aos direitos dos trabalhadores.

quinta-feira 16 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Com o resultado da última pesquisa de opinião apontando impopularidade recorde, a equipe do Governo de Michel Temer planeja uma agenda de medidas populares para tentar reverter os 44,1% de reprovação. O Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em conjunto com a equipe econômica do planalto foi encarregado do planejamento da agenda.

Além da liberação das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que atinge cerca de 30 milhões de brasileiros e coloca em circulação aproximadamente R$ 35 bilhões, o Governo estuda a possibilidade de aumento no grupo de isentos do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

A renda limite para a isenção ainda é um ponto de discussão, mas segundo informações divulgadas ao Estado a ala política do governo sugeriu que a faixa fosse fixada em R$ 8 mil, valor quatro vezes maior do que os atuais R$ 1.903,98. Informação que foi negada pelo ministro Padilha.

A definição da agenda tem esbarrado na dificuldade de afinar os interesses do núcleo político do Governo com os diversos compromissos assumidos pela equipe econômica. Temer tenta, com essas duas medidas, angariar simpatia popular para seguir adiante em seu conjunto de reformas que cortarão direitos dos trabalhadores. Aumentando a faixa de isenção no IRPF, busca conseguir mais espaço de apoio dentro dos setores da classe média, por isso seu núcleo político aparece com uma proposta ansiosa de R$ 8 mil para o ponto limite. Enquanto isso, a liberação das contas inativas do FGTS visa atingir as camadas mais populares, embora também favoreça os donos de bancos.

A pressão sobre o governo golpista aumentou após o resultado da pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O índice de reprovação do governo aumentou de 36,7% para 44,1% do final do ano passado para meados de fevereiro, um aumento expressivo de 7,4%. A aprovação do governo também apresentou um índice ameaçador, 10,4%.

A preocupação aumenta ainda mais ao se recordar do conjunto de ataques aos trabalhadores, que estão apenas no inicio. Segundo a agenda do Governo, ainda há pela frente cortes de direitos sensíveis que atingirão em cheio os trabalhadores do país, como a votação da Reforma da Previdência, que aumenta a idade mínima de tempo de serviço para aposentadoria, e todo o conjunto de Reformas Trabalhistas, que visa flexibilizar o conjunto da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Temer tenta assoprar a ferida dos trabalhadores após morder ferozmente com a aprovação da Reforma do Ensino Médio, a constituição de um governo antidemocrático repleto de "amigos de longa data" e o caminhar da Reforma da Previdência, sem perder de vista a próxima abocanhada que irá ferir ainda mais quem trabalha diariamente para ter seu sustento.




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