Na Argentina há 17 milhões de pessoas em situação de pobreza em um cenário de inflação cada vez maior. Mas o governo decidiu dar as costas a essa situação e anunciou um pacote ortodoxo de ajuste fiscal que só vai piorar a situação. A população no entanto mostra um outro caminho à resolução da crise: no sábado milhares marcharam em ato para a Plaza de Mayo e em outros pontos do país, propondo uma saída da crise que force os capitalistas a pagarem pela crise. Essa perspectiva precisa ser fortalecida. São eles ou nós.
segunda-feira 11 de julho de 2022 | Edição do dia
A essa altura, não é novidade que a Frente de Todos traiu suas promessas de campanha de 2019. Desde então, os salários continuaram a cair, a pobreza aumentou e a subordinação ao FMI dobrou, legitimando a dívida de Macri.
A burguesia, por sua vez, tem lucros cada vez maiores.Os banqueiros, os produtores de soja e os grandes empresários apenas enriquecem, pois entre as aposentadarias e os lucros dos bancos, o governo escolheu privilegiar os bancos.
O país já tem mais de 17 milhões de pessoas em situação de pobreza e a situação se agrava todos os dias com os golpes da inflação, que agora voltou a acelerar.
Diante desse cenário, a Frente de Todos dá saídas pela direita depois da crise da renúncia do ministro Martín Guzmán.
A nova ministra Silvina Batakis (nomeada com a permissão de Cristina Kirchner) anunciou na manhã desta segunda-feira um pacote de medidas ortodoxas a pedido do FMI. Mais ajuste fiscal, congelamento dos gastos do Estado, juros crescentes, entre outras medidas, sob a ratificação de que as metas do FMI serão cumpridas de qualquer maneira que seja.
Isso só vai agravar a crise social. A dívida que não será paga é a dívida com a maioria da população. Não houve um único anúncio sobre os salários, aposentadoria, habitação, saúde ou educação. Apenas mais e mais ajustes.
Diante desse cenário, devemos reforçar a perspectiva de que milhares foram às ruas neste 9 de julho em ato na Praça de Maio e por todo o país. O governo aplica ataques após ataques, mas há outra saída, que é por um caminho de luta, organização e ruptura com o FMI.
Neste último sábado, dezenas de organizações políticas, sociais e operárias se mobilizaram de forma unificada sob as consignas abaixo, e é esse o caminho que o PTS se compromete a aprofundar em todos os locais de trabalho, locais de estudo e nos bairros, construindo no calor dessas batalhas, uma saída de fundo que leve a um governo dos trabalhadores:
- Não ao pagamento da dívida externa! Anulação do acordo do governo com o FMI!
- Chega de ajuste, saque, extrativismo e dependência! A dívida é com os povos e a natureza!
- Que os recursos resolvam as necessidades populares: salários, trabalho, aposentadoria, saúde, educação, moradia e assistência.
- O reajuste também se dá pela inflação. Salário mínimo igual ao valor da cesta básica. Atualização mensal de salários, aposentadoria e programas sociais.
- Pelo triunfo de todas as lutas operárias e populares.
- Por uma greve nacional e um plano de luta contra o ajuste.
- Abaixo a criminalização dos protestos.