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LUCRO OU SAÚDE | Governo Temer oferece possibilidade de se vacinar contra a dengue: pague mil reais

Isabel Inês São Paulo

quarta-feira 3 de agosto de 2016 | Edição do dia

Onde adoecer dá lucro. Após um ano marcado por centenas de mortes causadas por uma doença tropical, e um ano de escândalos relacionado ao Zika vírus, e a epidemia de microcefalia marcando toda uma geração, chega a noticia de que a vacina para dengue custará perto de mil reais, entre R$ 750 a R$ 915.

A vacina produzida pelo laboratório Sanofi Pasteur já está disponível em cidades como São Paulo, Campinas e Porto Alegre; foi autorizada para comercialização na ultima semana, o imunizante chamado Dengvazia produzido em laboratório francês. Ele está disponibilizado para pessoas de 9 a 45 anos, e sua aplicação deverá ser agendada.

O valor é mais que o dobro definido pelo Comitê Técnico Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), autoridade federal responsável pela regulação de preços de medicamentos. Contudo, o laboratório de capital internacional alega que o aumento do custo é resultado de despesas com infraestrutura e mão de obra das instituições de saúde que aplicam a vacina. O que não alega é o lucro que o capital Francês está colocando em cima de cada medicamento.

O valor mais baixo, segundo pesquisa feita pelo Jornal Estado de São Paulo, é encontrado na capital, no bairro de Santana, por R$ 250 reais a dose, e são necessárias 3 doses para a imunização do individuo, ou seja, R$ 750 reais no total.
Esse ano em fevereiro, o Brasil registrou 802.249 casos prováveis de dengue até o dia 2 de abril, segundo boletim epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde , e 91.387 casos prováveis de Zika. Aumentou 13,8% os casos de dengue em relação a 2015, que chegou a 1.649.008 casos.

Quanto às mortes, foram confirmadas até 2 de abril, 140 mortes, em 2015 no mesmo período tinham sido 427 mortes causadas pela dengue. Quanto ao Zika, das notificações, 7.584 foram em gestantes, num país onde constam 7.150 notificações de microcefalia provavelmente relacionadas ao vírus da zika desde 22 de outubro de 2015 até 16 de abril deste ano, das quais 1.168 foram confirmadas.

Esses são os números de um pais onde a população ainda padece por conta de doenças tropicais, as quais o Estado deveria garantir investimento para que laboratórios e universidades pesquisem e desenvolvam vacinas gratuitas e eficientes para a população. Não só se trata de um problema de saúde pública, como o direito a vida saudável da população deveria ser garantida pelo estado.

O contrário de destinar ao capital privado o desenvolvimento tecnológico e patentes para que este lucre em cima da doença de milhares de pessoas. Ainda, está em fase de testes uma vacina brasileira desenvolvida pelo Instituto Butantã, do governo paulista. Contudo também não há garantia tão pouco da gratuidade e qualidade do atendimento.

Uma vez que o próprio ministro da saúde alegou em entrevistas que não há financiamento para atender a toda a população, e que as pessoas devem procurar planos particulares.




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