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REFUGIADOS GRÉCIA | Governo Syriza desaloja o campo de refugiados de Idomeni

O governo grego começou, terça-feira, desde cedo o despejo do acampamento de Idomeni, transferindo os refugiados a centros de acolhimento no norte do país.

quinta-feira 26 de maio de 2016 | Edição do dia

A operação policial para retirar os refugiados de Idomeni, que, depois do fechamento das fronteiras, chegou a abrigar mais de 12.000 refugiados, continuará nesta quarta-feira. Já foram transferidos, nos últimos dias, aproximadamente 2.500 pessoas.

Desde as primeiras horas da manhã, um efetivo de cerca de 700 policiais começou a operação, depois de expulsar do campo todos os voluntários e jornalistas. Desde alguns dias antes, as autoridades já vinham limitando a chegada de alimentos e de leite, o que afetava especialmente às famílias com crianças, para forçar os refugiados a aceitar a remoção.

As transferências de quarta-feira foram feitas à instalações em Sindos e Derveni, ambas nos arredores de Salonica, no norte da Grécia. Trata-se de dois dos sete novos centros de acolhimento que o governo preparou ou está terminando a fim de abrigar todos os refugiados de Idomeni, que, todavia, já acolhia cerca de 8.500 pessoas às primeiras horas da manhã.

Os refugiados foram instalados em antigos prédios industriais desabilitados, onde foram levantadas tendas precárias para as famílias. Voluntários e ONGs vêm denunciando que muitas destas instalações não foram terminadas e não têm agua corrente, nem eletricidade.

Nos últimos meses, Idomeni havia se transformado no inferno dos milhares de imigrantes e refugiados que chegaram à Grécia em “trânsito” para o norte da Europa, aprisionados em condições horríveis, entre o barro e o frio durante os meses de inverno.

A 9 de março, as fronteiras foram totalmente fechadas, mas já em novembro, a Antiga República Iugoslava da Macedônia (ARIM) havia começado a restringir a entrada, diferenciando entre os que qualificava de antemão como “migrantes econômicos”, por exemplo, paquistaneses, iranianos ou magrebinos, dos que eram considerados, naquele momento, refugiados, isto é, sírios, iraquianos e afegãos.

Nos meses posteriores, a entrada foi cada vez mais limitada, excluindo afegãos primeiro, e depois a todos que não tivessem documentos em dia, incluindo sírios, nos dias que precederam o fechamento definitivo.

A assinatura do acordo com a Turquia assinalava como algo iminente o despejo de Idomeni, já que as fronteiras europeias se fecharam para os refugiados. O governo de Syriza agora está terminando de implementar o macabro plano europeu. Os refugiados transferidos aos novos centros de acolhimento terão a opção de pedir asilo à Grécia ou participar do plano de contingenciamento estabelecido pela EU, mas isto pode demorar meses, com resultados completamente incertos. Por isso, alguns jornalistas asseguram que os refugiados rechaçam esta opção. Alguns já fugiram na noite de segunda-feira, mochilas aos ombros, para tentar cruzar a fronteira.




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