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Governadores do Consórcio Nordeste, do PT e PCdoB, vão a Europa entregar recursos naturais ao imperialismo

Os governadores dos estados do Nordeste estão em viagem nesta semana à Europa para negociar vantagens para as empresas imperialistas europeias, em troca da exploração dos recursos naturais e da mão de obra barata, custeada através de renúncias fiscais.

terça-feira 19 de novembro de 2019 | Edição do dia

Nesta segunda-feira (18), segundo informações do O Globo, os governadores do Nordeste iniciaram uma viagem à França, Itália e Alemanha em busca de empresas para investir nos estados. Tais viagens já estavam previstas na formação do Consórcio Nordeste, uma parceria entre todos os estados para realizar editais de compra e venda, em bloco, de produtos e serviços como saúde, educação e segurança pública, negociando com países europeus e a China, e entregando como contrapartida os recursos naturais e subsídios a esses países imperialistas.

Com uma promessa de “desenvolvimento regional”, esses governadores do PT e PCdoB, em aliança inclusive com partidos burgueses como PDT, PSD, PSB e MDB, prometem uma série de ajustes, reformas e subsídios para atrair o capital das empresas estrangeiras. A questão principal é que esses países não irão investir capital nos estados sem uma precarização ainda maior das condições de vida e trabalho da classe trabalhadora e sem a entrega dos recursos naturais.

É inclusive o que promete Rui Costa, governador da Bahia e atual presidente do Consórcio Nordeste, com a proposta de unificação das alíquotas entre os estados, uma formar de reduzir a tributação e subsidiar a vinda das empresas. Tal unificação tributária permitiria a realização da Rota Azul, projeto de gasoduto que forneceria gás natural para veículos de carga e que seria realizado a partir de venda de licitação para alguma empresa imperialista.

Apesar da retórica de oposição, na prática a política dos governadores do Consórcio é a mesma de incentivo aos empresários e subordinação ao imperialismo, como na votação favorável a entrega da base de Alcântara, enquanto para os trabalhadores só restam os ajustes. São esses mesmos governadores que pediam a Bolsonaro a inclusão de seus estados na Reforma da Previdência, são os mesmos que defendem a conciliação com o governo Bolsonaro e mendigam os recursos provenientes do leilão do pré-sal.

A Bahia, por exemplo, é o segundo estado com maior índice de desemprego e das dez maiores taxas, cinco são de estados do nordeste. O objetivo dos governadores do PT e PCdoB é aumentar ainda mais os postos precarizados como terceirização, privatização e aumento de Rappi e Uber. Os países imperialistas somente investirão se tiverem como retorno os ajustes neoliberais duríssimos contra a classe trabalhadora, entregando o futuro da juventude junto com o pré-sal aos capitalistas.

É necessário inverter as prioridades a favor do trabalhador, com impostos verdadeiramente progressivos sobre os capitalistas, com abolição dos impostos que recaem sobre os salários e todos os bens de consumo dos trabalhadores e do povo pobre.

Para fazer frente a privatização, defendemos a estatização de todas as empresas sob controle dos trabalhadores, única via para limpar de fato a corrupção estatal e garantir que os recursos estejam a serviço da população.

São medidas como essas que podem dar uma saída à miséria e exploração no Nordeste, apontando uma perspectiva de ruptura com os capitalistas para derrotar não só Bolsonaro, mas toda a agenda golpista.




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