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CASO WITZEL | Governador Witzel, eleito na onda do Bolsonarismo, é afastado por associação à corrupção

Em dia movimentado no Rio de Janeiro, o governador do Estado Wilson Witzel, eleito na onda "anticorrupção" do bolsonarismo em 2018, é suspenso pelo STJ por 6 meses do cargo. Entenda o caso.

Samyr RangelProfessor de Geografia no Rio de Janeiro

sexta-feira 28 de agosto de 2020 | Edição do dia

Cariocas e Fluminenses foram despertados esta manhã com a notícia de que mais um Governador do Estado se vê envolto em casos de corrupção, o da vez é o reacionário Wilson Witzel do PSC. Witzel já foi aliado político de Bolsonaro mas mudou de lado no ano passado. Entenda um pouco como se deu este processo e atuação do judiciário no caso.

De aliado a desafeto

Witzel foi de completo desconhecido nas eleições de 2018 a governador. Sua alçada meteórica foi acima de tudo motivada pelo apoio do Clã Bolsonaro a ele, nas vésperas do 1º turno na eleição fluminense. Não há como desvincular a imagem de Witzel a de todo o clã Bolsonaro. Seu filho “01”, Flávio, foi um dos maiores articuladores e apoiadores de Witzel.

Foram aliados e assim permaneceram até meados do ano de 2019, quando o governador fluminense tentou se desvincular da imagem do presidente, na mesma boiada em que vinha Moro.O ponto principal era seu desejo de disputar a presidência. Witzel em seus sonhos de Alvorada, visava concorrer ao Planalto em 2022 e assim despachou o padrinho eleitoral. Com a chegada da pandemia as rusgas entre ambos aumentou ainda mais.

Assim como todo o clã Bolsonaro, Witzel foi eleito com um discurso de “paladino da justiça”, falso moralista de combate a corrupção. Hoje, se veem envoltos, ambos, em denúncias de corrupção até o último fio de cabelo.

Mas o que leva a diferenciação do judiciário a analisar diferentemente Witzel e Bolsonaro?

Bolsonaro após um pacto entre os poderes conseguiu ser blindado pela mídia, pelo congresso e STF, porque apesar das diferenças entre os atores do regime tinham como meta passar o trator pra cima da classe trabalhadora, garantindo assim seus ataques.

O judiciário que hoje blinda Bolsonaro contra qualquer caso corrupção, como no caso do ex-acessor parlamentar Fabrício Queiroz ter depositado 72 mil na conta de sua esposa e que foi preso na casa do advogado pessoal de Bolsonaro, o caso das rachadinhas de seu filho Flávio, além do envolvimento até a cabeça com as milícias e o submundo do crime organizado carioca não foram suficientes para tirá-lo do cargo.

Witzel, ao contrário, ao despachar seu aliado em Brasília se viu vulnerável aos braços do judiciário. Junto do presidente de seu partido, Pastor Everaldo, que também era pupilo de Bolsonaro(ele até o batizou) também foi preso, é um dos investigados de operação conjunta da PGR de Atas e Polícia Federal.

O judiciário tem por feitio agir por interesses próprios e tem poder de mandar e desmandar ao seu bel prazer. Convenientemente agem também como o bastião da moralidade “contra a corrupção” mas são na verdade um dos braços podres deste regime, como são parte tanto Witzel e Bolsonaro.

São uma casta de parasitas, desconhecidas por boa parte das pessoas e se ungem de santos para promover seus atos. Essa prática ficou bastante conhecida no caso Lava Jato, quando juízes foram promovidos a superstars na sua falsa luta contra corrupção, onde o claro interesse era derrubar empresas públicas nacionais, rifar os bens nacionais aos americanos, como o pré-sal e ser um ente político que mexeu no resultado eleitoral de 2018, ao deter o principal candidato à época, Lula.

Esses escândalos só mostram a verdadeira face da justiça burguesa e dessa democracia degrada, e como a corrupção é totalmente inerente ao capitalismo e seus métodos políticos. Frente a isso a únicas formas para combater a corrupção e as alas do regime que cada vez mais descarrega os efeitos da crise nas costas do trabalhadores, é necessários que se acha uma saída que não seja através das alas desse regime. Uma saída que seja levada pelos próprios trabalhadores, através da luta e da mobilização para impor suas demandas.

Através de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que seja imposta pela a luta, os trabalhadores e os revolucionários podem levantar uma democracia realmente dos trabalhadores e dos setores oprimidos e que possam combater os métodos de corrupção e acabar com os privilégios de políticos e juízes. E impondo que todos os juízes sejam eleitos e tenha seus mandados revogáveis, que todos ganhe o mesmo salário que uma professora.




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