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INTERVENÇÃO FEDERAL NO RJ | Golpista Temer teria cogitado intervenção total no Rio, com afastamento de Pezão

Juliane SantosEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

sexta-feira 23 de fevereiro de 2018 | Edição do dia

Temer disse em entrevista a Rádio Bandeirantes, nessa sexta-feira (23), que foi cogitada a proposta da intervenção integral no Rio de Janeiro, com o afastamento do governador Luiz Fernando Pezão de seu cargo. Se a intervenção federal restrita à área de segurança do estado já configura um fato único em todo o período do regime de 88, a mera pretensão da intervenção total sob o estado, com o afastamento de um governador eleito, dá o tom do tamanho da degeneração do regime na atual conjuntura de continuidade do golpe.

"Se cogitou em tirar o Luiz Fernando Pezão, mas logo refutei, porque seria muito radical. E, quando refutei, chegou-se à conclusão de que devíamos agir na área de segurança pública"

Além disso, a declaração de Temer expõem o fato de que a intervenção sob o pretexto da segurança pública foi um motivo oportuno, pois pelas suas palavras não foi o motivo que o levou a pretender a intervenção. Além da guinada rumo a uma "agenda positiva" e suas perspectiva eleitorais, a realidade de suas intenções por detrás do decreto foi disciplinar a classe trabalhadora do estado que demonstrou o maior descontentamento a sua agenda de governo reformista no período do carnaval. Como o próprio Temer definiu na entrevista foi uma "jogada de mestre".

Em outra parte da entrevista o presidente golpista reafirmou sua intenção de criar uma nova pasta, o Ministério Extraordinário de Segurança Pública, que seria criado por meio de decreto, pra não ter que passar pelo Congresso Nacional. Segundo ele haveria uma lista de dez nomes que cogita. Entre os possíveis nomes conhecidos estão: Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo que autorizou o massacre do Carandiru; e o general Sérgio Etchegoyen, filho de Leo Guedes Etchegoyen um dos mais duros torturadores da ditadura militar.

Temer ainda afirmou que não conseguiu votos suficientes para aprovação da reforma da previdência, e que o governo teve de fazer uma escolha entre a intervenção militar e a votação da reforma previdenciária, mas que não descarta sua retomada até o final do ano.

"Pode ser que em setembro ou outubro cessem os efeitos da intervenção e, a partir de então, ocorram novas votações, inclusive da emenda da reforma."




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