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OCUPAÇÃO | Globo tenta criminalizar os ocupantes da E.E. Salvador Allende

Nesta segunda-feira (14/15/2015), observamos mais uma tentativa da grande mídia tentar deslegitimar, através de mentiras ou reportagens intencionalmente enviesadas contra os estudantes que ocupam as escolas em defesa de uma educação de qualidade em São Paulo, contra a precarização de décadas do Governo do Estado.

quarta-feira 16 de dezembro de 2015 | 00:23

Fotos da ocupação disponibilizadas em redes sociais que demonstram a responsabilidade dos ocupantes para com suas escolas.

A reportagem do jornal SPTV – 1ª- Edição credita o roubo de materiais ou, no mínimo a responsabilidade por isto, aos ocupantes da E.E salvador Allende. Além do roubo, divulga filmagens das péssimas condições em que supostamente teriam deixado a escola.

Quem esteve nas ocupações de escolas ou assistiu ao documentário que a própria mídia burguesa do Jornal Folha de São Paulo (TV Folha) fez sobre o dia a dia de ocupações como a E.E Salvador Allende, Fernão Dias, Brigadeiro Gavião e Cefan, sabe que a relação entre a comunidade em luta e suas respectivas escolas é de zelo, apropriação do espaço através de diversas linguagens artísticas e até mesmo reformas que deveriam ser feitas pelo Estado. Documentário este que foi, inclusive, retirado dos veículos de comunicação a pedido do governador Geraldo Alckmin.

Em nota, estudantes que ocuparam a E.E. Salvador Allende retratam o que de fato aconteceu.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DO MOVIMENTO DE ESTUDANTES EM DEFESA DA E.E. SALVADOR ALLENDE

“No dia de hoje, 14 de dezembro de 2015, segunda-feira, fomos surpreendidos pela cobertura da Rede Globo (no programa SPTV) sobre a depredação e o furto dos bens da escola durante o último sábado. Na matéria, o diretor e a vice-diretora da escola afirmam que foram os estudantes que participaram da ocupação – terminada no próprio sábado – os responsáveis pelos danos.

É UM ABSURDO QUE ESSA ACUSAÇÃO TENHA SIDO FEITA!

Em primeiro lugar, os estudantes que ocuparam a escola há um mês cuidaram e zelaram pelo espaço por entenderem que um movimento de DEFESA da escola contra o seu fechamento tem que atuar para beneficiar e melhorar a escola. Isso foi feito pelos estudantes durante todos os dias da ocupação – limpeza, cozinha, grafites por artistas nas paredes, capinagem, limpeza do mato externo e por aí vai!

Infelizmente, a ocupação só terminou porque os estudantes estavam com muito medo e já não tinham forças para barrar as invasões por pessoas desconhecidas que saquearam a escola e assaltaram os estudantes. Na madrugada de sexta para sábado, houve mais um ataque por pessoas estranhas, o que determinou a situação de desocupação.

O próprio delegado de polícia reconhece que no momento da última invasão e saque por essas pessoas (no sábado a tarde) já não existia mais ocupação pelo movimento.

Por isso, GRITAMOS NOSSO REPÚDIO pelas más intenções do Moisés, diretor, e Maria de Jesus, vice-diretora, que desde o começo do movimento tentam criminalizá-lo! O movimento foi e continua sendo justo, tendo chegado a uma conquista legítima da escola continuar funcionando em 2016! Professores, mães, pais e vizinhos são testemunhas do esforço que os alunos da escola fizeram na luta para reivindicar e fazer um espaço melhor que também poderia melhorar a própria educação que recebemos do Estado.”

A luta não se encerra com o fim (por ora) da reorganização do Governo do Estado. Quem estuda ou trabalha na rede estadual sabe que, de uma forma ou outra, esta é constantemente “reorganizada” através do fechamento de turnos, salas, demissão de professores, etc. A manutenção das ocupações demonstram o ímpeto da juventude secundarista com amplo apoio da sociedade em lutar por uma educação verdadeiramente de qualidade, que só poderá existir quando for construída por aqueles que mais conhecem suas escolas e mais se interessam pela educação pública: estudantes, pais, professores e funcionários. A educação não é mercadoria e não deve ser relegada aos chamados “tubarões do ensino” nos diferentes níveis da educação, como tem sido a prioridade tanto do governo estadual quanto federal. E, como sentimos os ataques mais ferrenhos ainda neste momento de crise econômica, secundaristas e universitários, como tantos momentos da história demonstram, precisam unificar as lutas, construí-la junto aos trabalhadores que sabem da precariedade da escola pública porque tem seus filhos lá, porque constroem cotidianamente as condições que permitem qualquer escola ou universidade funcionar.




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