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RIO DE JANEIRO | Globo e Cláudio Castro usam a crise de abastecimento para privatizar a água no RJ

Mateus CastorCientista Social (USP), professor e estudante de História

sexta-feira 4 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Reprodução/Internet

Há semanas a população do Rio de Janeiro vem enfrentando um grave problema de desabastecimento de água que atinge várias regiões do Estado. Tal situação é consequência direta da precarização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto) que, somada à pandemia que volta a ganhar força, tornou infernal a vida sobretudo de trabalhadores, negros e pobres, que moram nos bairros periféricos, não por acaso, os que sofrem mais com a falta d’água.

Nesta sexta-feira, a Cedae divulgou em seu próprio site um mapa com os principais lugares que podem sofrer pela falta d’água, devido a um problema em uma bomba da Elevatória do Lameirão. Segundo os dados expostos, mais de 1 milhão de pessoas poderiam ser afetadas. Esta falha se soma ao mal planejamento de manutenção e risco operacional da companhia, que, nos últimos anos, vem sendo sucateada pelos governos do Estado, a privatização é o objeto principal.

Em Sepetiba, uma moradora afirmou que além de não ter garantido o direito ao acesso à água, sua mãe está com Covid-19.

“A minha mãe está com Covid, ela não tem como beber água toda hora, do jeito que deveria, e não tem nem como tomar banho corretamente para poder se higienizar porque não tem água na bica”, disse a moradora à reportagem da Globo.

Esta mesma emissora, junto ao atual governador, Cláudio Castro, vice do reacionário impeachmado Witzel, aproveita da situação trágica para os mais pobres, consequência dos anos de precarização da estatal, como uma oportunidade de garantir lucros para um punhado de empresários que queiram comprar a Cedae por preço de banana. A falta de água é reflexo da crise conscientemente instalada na companhia, na qual o alto escalão da direção, não por acaso cargos indicados por políticos capitalistas, são amplamente apoiados pela Globo para que a privatização seja imposta.

Todo desinvestimento e falhas no funcionamento da Cedae visam minar a imagem da empresa na opinião pública e colocar que a única solução seria a sua privatização, a água enquanto mercadoria lucrativa, controlada por capitalistas, é a saída dos golpistas, como a Globo e Cláudio Castro, à crise de abastecimento no RJ. O apagão no Amapá mostra que privatização está longe de solucionar o problema, pelo contrário, o único interesse por trás de mercantilizar a água é dar lucro para empresários.

A Cedae privatizada significa o agravamento da crise de abastecimento de água, o aumento de preços e piora das condições de vida da população. Só mesmo com os trabalhadores da Cedae assumindo o controle da empresa, acabando com as indicações políticas na empresa e impondo investimento estatal na água, é que se poderá solucionar a crise hídrica e de saneamento básico do Rio de Janeiro.

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