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General muda regras de indenização para funcionários de Itaipu para favorecer militares

Mudança aconteceu em assembleia coletiva referente a indenização por inclusão dos sábados, que antes não entravam na contagem das férias. Proposta inicial favorecia quem já estava há mais de 10 anos, mas decisão de indenização foi ampliada aos mais novos para favorecer militares que entraram no governo Bolsonaro

sexta-feira 4 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Helcio Nagamine/Fiesp/Divulgação

Na noite da última terça-feira (1), em assembleia coletiva, os trabalhadores da usina de Itaipu decidiram aceitar a proposta da diretoria e incluir os sábados como dias usufruídos das férias a serem contabilizados. Esse benefício era exclusivo dos funcionários que já trabalhavam há mais de 10 anos na usina, logo, seriam os que receberiam essa compensação indenizatória. Funcionários contratados após 2010 não teriam direito a essa compensação, porém, sob argumento de expectativa de perda futura, já que poderiam fazer carreira na usina e completar dez anos de casa, algo que não está nem mesmo previsto em lei, funcionários mais novos foram beneficiados, incluindo 21 militares que assumiram durante o governo Bolsonaro. Entre os militares novos, três deles foram nomeados há menos de dois anos pelo atual diretor-geral, o general Joaquim Silva e Luna, que assumiu no governo Bolsonaro. O dinheiro a ser recebido está na casa de cerca de R$ 150 mil para cada funcionário, livre de imposto de renda, devido ao caráter indenizatório.

Mais uma vez, a alta casta dos militares utilizam do aparato público para beneficiarem-se e acumular mais ganhos em cima dos cofres públicos, além dos vencimentos astronômicos que já ganham do exército, demonstrando o domínio que ganharam no poder público devido ao pacto que firmaram com o governo Bolsonaro, avançando cada vez mais nos cargos públicos estratégicos e coletando mais privilégios ao setor militar.

Quatro dos seis diretores de Itaipu são militares, que ocupam funções de diretor-geral, diretores de finanças, de administração e de coordenação. Além disso, existem mais 17 militares que ocupam funções de direção na usina, sendo que o menor salário entre eles é de R$ 23 mil.

O assessor do general Luna, coronel Ricardo Bezerra, afirmou que todos os trabalhadores receberão um tratamento igual. “Foi tirada a expectativa de direito futuro. E todos terão indenização”, declarou. No entanto, o que se observa é que os militares estão atropelando o que deveria ser direito dos trabalhadores que já estão em longa carreira na usina e tomando para si benefícios que não possuem direito, sob escusas insustentáveis. A situação, que é mais um demonstrativo do autoritarismo e do favorecimento próprio dos militares, está longe de estabelecer igualdade




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