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USP | Fusquinha e Madruga, presentes!

segunda-feira 25 de julho de 2022 | Edição do dia

Passado menos de uma semana perdemos dois companheiros da Prefeitura da USP, Fusquinha e Madruga, como são conhecidos pelos amigos, Ezequiel e Walter, eles aparecem nessas fotos em grandes momentos, uma reunião bonita e cheia da Prefeitura com essa foto tirada para prestar solidariedade a outros trabalhadores em luta, em greve, a greve dos Correios, junto de estudantes e de alguns diretores do Sintusp, o Fusquinha está bem na frente sorrindo, ele segura a palavra "Correios" que monta a frase, a convicção é a de quem sabe que a mensagem vai chegar num trabalhador como ele.

Na outra foto o Madruga com sua alegria e disposição marcantes participa de uma campanha pra que todo político ganhe o salário de uma professora, o sorriso e a pose sem titubear deu nessa foto icônica, pra mim em especial, no seu caminhãozinho retroescavadeira amarelo.

Falar dos trabalhadores da Prefeitura tem isso de tratar de um coletivo, da força de idéias cultivadas e debatidas ao longo de muitos anos, ninguém sai ileso de uma reunião naquele pátio com o querido camarada Brandão, e ao mesmo tempo é algo que mexe profundamente e pessoalmente com cada um que fez parte desses momentos, que se sentem verdadeiros amigos e amigas, quando não família mesmo.

O Fusquinha teve um infarto fulminante no meio da sua atividade de trabalho, tentaram reanimá-lo no asfalto da rua do Matão, foi devastador e não tem como esquecer a voz embargada e doída dos companheiros nos avisando do ocorrido.

As filhas perdidas, desesperadas, não puderam contar com a USP em nada, já que não existe nenhum compromisso institucional nessas horas tão difíceis de partida. mas a solidariedade entre os trabalhadores mais uma vez nos mostrou essa acolhida, uma verdadeira potência coletiva, que mesmo com suas dores e percalços não falta com suas reservas, de pouquinho em pouquinho, um tanto a mais aqui e ali, a Prefeitura em peso junto de alguns trabalhadores de outras unidades não deixaram a família desamparada.

Essas despedidas trazem na memória os olhares, as brincadeiras, uma conversa trocada nas reviravoltas daquelas oficinas, daquela ruazinha até o final e do viveiro.

Não tem como não pensar como a saúde dos trabalhadores está a própria sorte, consecutivos Prefeitos passam por esses trabalhadores, batem na mesa, fazem chiliques ridículos e soltam suas bravatas, mas os trabalhadores seguem mostrando que bater na mesa não faz ônibus andar, não faz manutenção ou serviço nenhum acontecer. Enquanto isso, todo o trabalho tem sido garantido, mesmo com todo desmonte e precariedade que se intensificou nos últimos anos.

A atual Prefeita, nem ao menos tem receio de dizer, que em 10 anos não vai existir trabalhador operacional nenhum na USP inteira, sim ela diz isso na cara e aos olhos dos companheiros que dedicaram sua vida para construir essa Universidade.

Nesse momento em que perdemos o Fusquinha e Madruga, os trabalhadores da Prefeitura estão no meio de uma batalha para ter direito aos seus periódicos com os devidos exames, como já existiu no HU, no Sesmt, na Ubas um dia, os periódicos estão com até 5 anos de atraso, com uma política da Reitoria e da superintendência do HU deliberada para restringir e impedir a realização de exames de saúde para os trabalhadores.

O Madruga, também se foi por um infarto, quantos trabalhadores mais precisarão ter seus corações arrebentados até o esgotamento, até terem o direito à sua saúde, à suas vidas?


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