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Fundação Palmares, gerida pelo asqueroso S. Camargo, quer homenagear militares e policiais

Depois de retirar da lista de homenagens celebridades negras como Elza Soares, Sérgio Camargo agora quer homenagem a militares e policiais, que são responsáveis pela morte de inúmeras vidas negras.

quarta-feira 18 de novembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Depois de anunciar, na semana passada, a exclusão de todos os artistas vivos da lista de personalidades notáveis negras da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, presidente da instituição, diz agora que a lista contemplará também militares e policiais, ou seja, aqueles que são responsáveis pela violência que mata vidas negras no país.

"A partir desta quarta-feira, a Palmares anunciará a inclusão de militares e policiais negros na lista, que se destacaram por seus feitos de natureza heróico/patriótica. Madame Satã e Marighella nunca serão nossos heróis. Somos pró-polícia, lei e ordem", disse Camargo destilando seu ódio de classe no final da noite desta terça, 17, no Twitter.

No dia 11, Sérgio Camargo disse que iria "moralizar" a escolha dos homenageados da Fundação Palmares. A primeira decisão foi por celebrar, agora só postumamente, pessoas que tiveram uma relevante contribuição histórica. "Haverá exclusão de vários nomes. Novas personalidades serão incluídas em razão do mérito e da nobreza de caráter", escreveu, na semana passada.

Dessa forma, deixam de ser notáveis, aos olhos da Fundação Cultural Palmares, nomes como Elza Soares, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Conceição Evaristo, Martinho da Vila e Leci Brandão, entre outros. Artistas e intelectuais comentaram os novos rumos da Fundação Palmares. A escritora Cidinha da Silva, por exemplo, disse: "trata-se de uma medida autocrática, compatível com o perfil desse dirigente e do mandatário a quem ele serve".

O humorista Mussum, que teve uma rígida formação militar e foi cabo da Aeronáutica, e Wilson Simonal, cuja participação como colaborador da ditadura militar ainda gera controvérsia, estarão na nova lista da Fundação Palmares, a partir do início de dezembro. Outros nomes ainda serão anunciados.

Os negros devem ser linha de frente na luta contra esses ataques ideológicos da extrema direita, sem separá-los dos ataques econômicos, pois é isso que divide as classes e o racismo jamais será derrubado enquanto o regime capitalista seguir de pé.

A luta contra o racismo é inseparável da luta contra o capitalismo, onde este se apoia do primeiro para garantir seus lucros, para dividir a classe trabalhadora e para que possa atacar ainda mais a nossa classe de conjunto.

Possui conteúdo da Agência Estado.

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