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DEMISSÕES | Funcionários da Mercedes Benz rejeitam os telegramas e queimam em ato em frente a fábrica

O ato de queimar os telegramas realizado ontem (19) aparentemente simbólico, expressa a real necessidade dos trabalhadores de se colocarem em luta contra a patronal.

Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

sábado 20 de agosto de 2016 | Edição do dia

Essa última semana o ABC tem sido palco de grandes revoltas da classe trabalhadora, as montadoras da região continuam fechando o cerco, e de fato, tem como meta as demissões massivas, os acordos e programas, que favorecem apenas seus interesses.

Diante da situação crítica os funcionários da Mercedes Benz, ontem queimaram os telegramas de demissão sumária, demonstrando total rejeição da categoria. A quantidade de telegramas queimados é desconhecida, porém a empresa já havia anunciado através de boletim interno o início do processo de demissões. O prazo de (PPE) Programa de Proteção ao Emprego encerra no final de setembro, cerca de 1870 funcionários encontram-se nessa situação, para a empresa esse número é o excedente, por isso já iniciou o processo de demissões essa semana.

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, se encontrou com o presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. Após a conversa o ministro afirmou que o governo conversará com a direção da empresa.

Esse encontro justificado pelo presidente do sindicato como alternativa que ajudaria a negociação com a empresa em prol da classe trabalhadora, não passa de uma ilusão, e não deve de forma alguma seguir adiante. A Mobilização deve vir da base, as greves, os piquetes, e os métodos clássicos da classe trabalhadora certamente reverteriam essa situação absurda de demissões.

A justa revolta dos trabalhadores se contrasta com a política que o sindicato vem adotando de negociar por fora da radicalização real da luta contra as demissões. A direção do Sindicato precisa romper a paralisia e organizar desde as bases os trabalhadores, impondo outra correlação de forças. A época de crescimento econômico acabou e os patrões vão demitir para seguirem lucrando, apenas palavras não levarão os trabalhadores à vitória. É necessário exigir que a CUT rompa com a sua paralisia imediatamente e organizar um verdadeiro plano de lutas que inclua a exigência de uma lei contra as demissões, já são milhares de famílias sem sustento no nosso país e não podemos aceitar.




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