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CPI COVID | Frente as disputas de Bolsonaro e STF com a CPI covid, é preciso uma saída dos trabalhadores

Nem Bolsonaro e o STF se importam com as milhares de vidas que estão sendo perdidas no meio da pandemia. Somente através da mobilização e a luta da classe trabalhadora que pode dar uma saída a essa crise.

sexta-feira 9 de abril de 2021 | Edição do dia

Nesta quinta (08), o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou a instalação da CPI no Congresso Nacional que investigará a atuação do governo Bolsonaro e sua política frente à pandemia, a chamada “CPI Covid”. A proposta de CPI, escrita pelo senador Randolfe Rodrigues, da Rede, foi apoiada e assinada por mais de um terço dos senadores, incluindo setores do centrão aliados em muitos projetos e momentos ao governo federal de Bolsonaro, e esteve parada a proposta durante semanas, por resistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, outro aliado de Bolsonaro.

Com essa decisão no Supremo, já ocorreu uma troca de farpas entre os setores do regime golpista, com Bolsonaro falando que Barroso está fazendo “militância política” e criticando que a proposta não abarca investigação aos governadores por suas políticas frente à pandemia. Em seguida, Barroso também soltou declaração contra as declarações que Bolsonaro fez. Isso mostra mais um episódio das disputas existentes entre o governo Bolsonaro e o STF no poder que fazem para se desgastarem. Mas essa disputa dos de cima e a abertura da CPI não se trata nenhum pouco de uma preocupação com as mais de 345 mil mortes pela covid no Brasil.

Veja também: Diana Assunção: “Nenhuma CPI, com o centrão aliado de Bolsonaro, vai parar as mortes da Covid"

O negacionismo de Bolsonaro é sem dúvida um dos principais fatores pelas milhares de mortes diárias, pelo colapso nos sistemas de saúde e funerários, pela miséria e desemprego que está sendo imposto aos trabalhadores. Mas também é de grande responsabilidade das outras alas do regime, como o próprio STF que volta e meia ataca e disputa com o bolsonarismo, mas quando se trata de atacar os trabalhadores dando assinando em baixo da aprovação de reformas como a trabalhista e a da Previdência, ou aval para ampliar a terceirização de forma irrestrita no país para precarizar ainda mais as condições de trabalho.

A CPI no Congresso, será composta pelo Centrão, também golpista, que como já falamos antes se alia a Bolsonaro e momentos que lhe convém, seja para ganhar emendas, ou seja para apoiar reformas e ataques aos trabalhadores como foi recentemente com a PEC Emergencial proposta por Paulo Guedes que permite o congelamento do salário dos professores por 20 anos. Esse mesmo Centrão também não tomou medidas efetivas de combate para a pandemia. Aprovaram a redução do auxílio emergencial proposto por Bolsonaro para 150 reais mensais e excluiu mais de 22 milhões de brasileiros de receber o auxílio, fazendo muitos trabalhadores decidirem morrer de fome ou morrer pelo vírus. Enquanto aprovaram esse auxílio de miséria que mantém milhões na extrema miséria, o presidente da Câmara de deputados, Arthur Lira, junto com seus aliados do centro aprovaram o aumento de seus próprios salários em 171%.

Nem Bolsonaro, Mourão, Congresso, STF e governadores estão preocupados que os trabalhadores estejam tendo suas vidas sucumbidas no meio da pandemia. Estão mais preocupados com suas disputas para se localizarem melhor dentro do regime do golpe e servirem bem aos interesses dos grandes empresários. Isso mostra que somente a classe trabalhadora pode dar uma resposta a essa crise sanitária. Devemos constar apenas com as nossas forças e métodos de luta para enfrentar esse regime e as barbaridades que assolam todos os trabalhadores como o desemprego, a fome, e o coronavírus.

É preciso que a esquerda, seus partidos e parlamentares, conforme um pólo de organização dos trabalhadores, se apoiando já nas lutas que ocorrem hoje como as paralisações e ações que os rodoviários de várias cidades pelo país estão chamando para o dia 20 de abril contra os ataques, e de trabalhadores que lutam e resistem contra as demissões com o fechamento de fábricas em meio a pandemia. é preciso exigir que as centrais sindicais, como CUT e CTB, saíam de sua inércia de espera até 2022, e organizem um plano de luta sério contra esse governo, mobilizando desde a base. Os trabalhadores organizados em seus locais de trabalho, através de assembleias e comitês de higiene e segurança podem exigir de seus sindicatos para que organizem uma luta unificada de todas as categorias.

Com a organização e a mobilização, os trabalhadores podem impor suas demandas e derrotar os golpistas. Frente a isso, nós do Esquerda Diário defendemos a necessidade de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta dos trabalhadores. Não basta derrubar Bolsonaro e seu governo genocida, sendo que quem assume será o reacionário General Mourão, ou ainda conservando as outras instâncias do regime como o Congresso e o STF golpista que seguiram aprovando ataques e reformas. Em outras palavras, não basta mudar os jogadores, precisamos mudar as regras do jogo. Através de uma Assembleia Constituinte a classe trabalhadora pode impor seus interesses e suas demandas contra toda a miséria que está sendo imposta no meio da pandemia. E também podem anular todos os ataques e reformas aprovados até então, fazendo com que sejam os capitalistas que paguem pela crise.




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