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REORGANIZAÇÃO DAS ESCOLAS | Frente a declaração do MTST de que ocupará as escolas que Alckmin fechar

No ato contra a reorganização das escolas, estiveram presentes os movimentos sociais. Em uma de suas falas, a coordenadora do MTST afirmou que “se o governador fechar alguma unidade, vamos ocupar e pôr para funcionar”.A luta dos estudantes de São Paulo precisa ser cercada de apoio para se fortalecer e os movimentos sociais, como o MTST, podem cumprir esta tarefa. Mas para vencer é preciso que se construa uma unidade entre alunos, funcionários e professores

quinta-feira 22 de outubro de 2015 | 00:24

A manifestação que ocorreu na tarde desta terça-feira, 20, contra a reorganização das escolas de São Paulo e reuniu mais de 3 mil pessoas no centro da cidade serviu para evidenciar duas coisas.

A primeira é que a juventude mais uma vez se lança às ruas mostrando o caminho para barrar os ataques constantes contra a educação pública no Brasil. Assim como em junho de 2013, quando a juventude gritou "o professor vale mais que o Neymar", hoje os alunos das escolas públicas de São Paulo ganham as ruas dos bairros e do centro para gritar "aqui eu tô, aqui eu vou ficar. Da minha escola ninguém vai me tirar". Por isso, os professores que sofrem com a precarização das escolas e do trabalho docente devem se aliar a força dos alunos para barrar a reorganização e as consequentes demissões de professores e funcionários e continuar avançando por demandas históricas da educação, como melhores salários para os trabalhadores da educação básica.

Já a segunda mostra a demagogia do petismo e setores aliados se tratando da luta por educação pública de qualidade.

Como mostramos aquias entidades estudantis governistas (UNE, UMES e UPES) e a Apeoesp, sindicato dos professores dirigido por PT e PCdoB, no ato do dia 20, tentaram de todas as formas impedir que Dilma e o PT fossem lembrados por seus ataques a educação e diziam a todo momento no caminhão de som "a luta é contra o Alckmin".

Também no dia 20 compareceram ao ato contra a reorganização movimentos sociais, como MST e MTST. Em uma de suas falas Natália Szermeta, coordenadora estadual do MTST, afirmou que “se o governador fechar alguma unidade, vamos ocupar e pôr para funcionar”.

De fato a luta dos estudantes de São Paulo precisa ser cercada de apoio para se fortalecer e os movimentos sociais, como o MTST, podem cumprir esta tarefa. Mas para vencer é preciso que se construa uma unidade entre alunos, funcionários e professores, o que a Apeoesp não esta disposta a fazer. Pelo contrário, mostrou que esta disposta a dividir professores e alunos.

Mais do que isso, para lutar pela educação pública, que frente a crise é um dos setores mais atacados, é preciso combater também o governo federal de Dilma e Levy e todos os setores que se colocam a serviço de impedir que saiam mais desgastados do que já estão pelos ajustes e ataques contra os trabalhadores.

A Pátria Educadora de Dilma cortou cerca de R$ 12 bilhões da educação pública, mas manteve os R$ 17 bilhões repassados ao FIES. As universidades federais continuam sucateadas e os funcionários públicos federais, em especial os servidores da educação se enfrentaram com o governo em uma greve de mais de 4 meses que saiu derrotada, mesmo com a ocupação do Ministério da Educação. CUT e CTB nada fizeram para a greve sair vitoriosa.

Não há como lutar por qualidade de ensino para os trabalhadores sem ser de forma demagógica enquanto não se abrir os olhos para barrar os ajustes de Levy e Dilma. É improvável que o MTST ao estar na Frente Povo Sem Medo, junto com CUT, CTB, UNE, MST e correntes do PSOL, se proponha de fato a cumprir o papel de defender uma estratégia para vencer o conflito de São Paulo contra a reorganização e colocar de pé uma luta de verdade pela educação pública. Não pode estar a serviço de fortalecer o governo, como já fazem as outras entidades da frente e a própria Apeoesp em São Paulo.

Se o MTST quer ocupar as escolas em São Paulo e lutar de fato pela educação pública não pode estar em uma frente que está a serviço de fortalecer o governo, é preciso romper com o governo Dilma e com os setores lulo-petistas.
Para fazer vencer a luta contra a reorganização das escolas de São Paulo é preciso combater não só Alckmin e o PSDB, mas também CUT, UNE e Apeoesp, que fazem e farão de tudo para que nada respingue em Dilma, para que continue aplicando os ajustes e ataques, como o PPE, contra os trabalhadores sem sair ainda mais questionada.

Ocupar as escolas sim, com os alunos, professores, funcionários e pais, mas combatendo os inimigos da educação PT e PSDB!




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