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GREVE NA FRANÇA | França: mobilizações massivas em um novo dia de greve contra os ataques de Macron

Cerca de 480.000 trabalhadores e estudantes se mobilizaram em todo o país como parte de um dia de luta de trabalhadores ferroviários, funcionários públicos e de educação contra as reformas.

quinta-feira 22 de março de 2018 | Edição do dia

Hoje foi um dia de greves e mobilizações massivas na França, como parte da luta dos trabalhadores ferroviários, dos trabalhadores do Estado, do movimento estudantil e de outros setores atacados pelo governo de Emmanuel Macron.

Neste 22 de março, quando eles comemoram 50 anos dos dias que deram começo ao que é conhecido como o "maio francês", as manifestações mostram que a unidade poderosa novamente entre trabalhadores e estudantes. O dia da mobilização tem apoio majoritário de 55% dos franceses, segundo levantamento do Instituto Odoxa, e vem depois do dia 15 de março quando milhares de aposentados saíram para reclamar da perda do poder aquisitivo de suas aposentadorias.

A greve causou o cancelamento de 60% dos trens rápidos, 75% dos trens interurbanos e cerca de 30% dos vôos dos aeroportos de Paris nesta quinta-feira.
Já os sindicatos informaram que a geração de eletricidade foi reduzida em mais de três gigawatts (GW), o equivalente a três reatores nucleares, já que trabalhadores do setor de gás e energia elétrica aderiram às greves. Dezenas de milhares de manifestantes se mobilizaram nas principais cidades do país contra o plano de reforma do presidente Macron.

Em Paris, o dia começou com uma importante assembleia geral realizada na estação de trem Gare du Nord, onde centenas de ferroviários se juntaram. Diversos setores participaram da luta, entre os quais participaram os trabalhadores do ONET, que vêm para estrelar uma vitória após a greve dos trabalhadores de limpeza das estações de trem da região norte de Paris.

As assembleias gerais aconteceram em outras estações parisienses, todas de uma dimensão "extraordinária", e então se juntaram à manifestação de Paris, onde mais de 60.000 manifestantes se mobilizaram em direção à Bastilha, segundo a CGT.

Os sindicatos que convocaram a marcha denunciam, em particular, a reforma contra os trabalhadores ferroviários e a perda do poder de compra de funcionários e pensionistas.

Muitos jovens e estudantes participaram desta marcha em Paris, e participaram cerca de 180 organizações organizadas em toda a França denunciando as políticas "liberais e de austeridade" da Macron.

Em Toulouse, onde 25 000 pessoas marcharam, estudantes em luta já há 3 meses, juntamente com os professores, deram seu apoio aos trabalhadores ferroviários. Os estudantes estão se mobilizando contra a fusão da universidade com a seleção universitária que Macron procura impor para suprimir as conquistas do maio francês e o espectro de uma universidade livre e gratuita.

Os estudantes organizaram assembleias gerais de quase 3 000 pessoas (estudantes e professores juntos) onde o bloqueio foi votado por uma grande maioria. Embora o governo decidisse abolir o conselho diretor do corpo docente e colocá-lo sob a tutela do Estado, com a ameaça de intervenção policial, os estudantes continuaram sua luta e organizaram uma coluna para convergir sua luta com os trabalhadores ferroviários. Na terça-feira, estudantes de todo o país marcharam espontaneamente em solidariedade aos colegas de Toulouse Mirail.

Algumas das manifestações mais importantes foram em Toulon, 12 000 manifestantes. Cerca de 55 000 pessoas em Marselha e outras 10 000 em Nantes, onde a polícia reprimiu a marcha.

Em 22 de março de 1968, estudantes franceses ocupavam a Universidade de Nanterre, iniciando o Movimento 22 de Março, uma referência para os eventos que iriam para a história como o maio francês, um marco fundamental na luta trabalhador-estudante ao longo dos anos 60 e 70.

Os endereços dos principais sindicatos calculam em 480 000 manifestantes nesta quinta-feira a nível nacional. "O descontentamento e a preocupação estão se espalhando rapidamente", disse à Reuters Jean-Marc Canon, da UGFF-CGT, um dos maiores sindicatos do setor público.

Trabalhadores ferroviários planejaram uma greve escalonada por três meses a partir de 3 de abril, funcionários do setor público ainda não têm um plano para novas ações trabalhistas, mas se reunirão na próxima semana para decidir sobre qualquer possível mobilização.

Tradução Douglas Silva




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