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CONTRA O PLANO DE MACRON | França: mais de 120 manifestações previstas para nova greve

Nesta terça-feira, 10 de outubro, 9 organizações sindicais chamam à greve contra os ataques de Macron no setor público, onde querem eliminar mais de 120 mil postos de trabalho. Além disso, se unificaram setores privados, como os aeronáuticos e caminhoneiros.

terça-feira 10 de outubro de 2017 | Edição do dia

Na quinta-feira, 12 de outubro, o governo de Emmanuel Macron começará as “negociações” com os sindicatos sobre as reformas na formação profissional e o seguro desemprego. De frente com estas falsas negociações que pretendem legitimar o ataque contra o trabalho, os ferroviários, os caminhoneiros, os aeronáuticos chamam a somar-se à greve chamada por 9 sindicatos estatais para transformá-la em uma jornada onde convirjam as lutas de diferentes setores contra a reforma trabalhista.

Algumas federações da CGT, como a dos químicos e a de 28 sindicatos departamentais da central e 13 federações da CGT, serão parte da greve. Também aderiram os controladores aéreos, o que já motivou por exemplo que a linha aérea de baixo custo Ryanair tenha cancelado mais de 200 vôos previstos para a terça-feira.

Uma das ações mais importantes desta jornada de luta serão as 120 manifestações que estão convocadas por todos os lados do país.

A pressão da base impõe a unidade

Apesar da divisão de datas de greve e jornadas de luta por parte das direções sindicais, se observa, na base, uma pressão em direção à unidade no combate contra a reforma trabalhista antioperária de Macron. Já o vimos nas greves do 12 e do 21, quando a CFDT, principal central operária do país, nem Force Ouvriere, com força entre os funcionários públicos, se somaram a este chamado, ainda que muitos trabalhadores de ambos sindicatos e até algumas federações acudiram igualmente as manifestações contra suas direções, que são mantidas sob pressão.

E é esta mesma pressão a que vai impor outro conteúdo à jornada desta terça-feira, uma greve nacional interprofissões, onde confluam as diferentes lutas contra o plano neoliberam de Macron e sua reforma trabalhista aprovada por decreto no último 22 de setembro.

Nesta quinta-feira, o governo, seguindo o mesmo método que utilizou para aprovar a reforma, impõe às organizações operárias um “diálogo social”, mas com uma agenda ultra fechada, pela qual as organizações sindicais deveriam boicotar o encontro no Palácio Eliseu que tem como único objetivo desmobilizar o movimento operário francês que vêm dando batalha contra a reforma trabalhista XXG.

Mas é justamente a divisão e a mesquinhez política das centrais sindicais, tanto da CFDT como da FO, mas também da CGT e do próprio Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa, que se negaram a levar adiante um plano de luta sério e unificado na ação, o que está permitindo que o governo ganhe tempo e reduza o impacto da mobilização e das greves.

Para conseguir um plano de luta unitário e superar a divisão imposta pelas cúpulas sindicais, é necessário fomentar as iniciativas de autoorganização, como os comitês de greve, assembleias das organizações sindicais e políticas, assim como também os movimentos da juventude, dos trabalhadores precarizados e aposentados, setores que já se mobilizaram nas jornadas de luta do 12 e do 21 de setembro que congregaram centenas de milhares de trabalhadores e jovens.




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