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GREVE NA FORD | Fim da greve na Ford SBC, direção sindical empurra goela abaixo mais um acordo do PPE

terça-feira 22 de setembro de 2015 | 01:20

A greve da Ford chegou ao fim nessa ultima sexta-feira (18/09), aos trancos e barrancos. A direção do sindicato conseguiu conduzir uma greve sem paralisar a produção, apenas em dias negociados e convenientes para a direção Cutista, como no dia do ato em defesa da presidenta Dilma na avenida Paulista, durante os outros dias a produção entrou para trabalhar enquanto Rafael Marques (presidente do sindicato dos metalúrgicos) negociava a proposta da Ford aderir ao PPE (programa de proteção ao emprego) que garante a redução da jornada de trabalho com redução dos salários dos trabalhadores, em troca das 203 demissões que a empresa propunha.

O objetivo da direção sindical era esse desde o inicio do conflito, reverter as demissões com um acordo para a fábrica ser mais uma empresa que venha a aderir ao PPE. O acordo permite a empresa a fazer todos os ajustes necessários, reduzindo salário dos trabalhadores e se utilizando do dinheiro do FAT (fundo de amparo ao trabalhador), para complementar uma parte dos salários dos empregados.

Durante todo o período da greve pareceu bastante estranho o comportamento da direção sindical, que não apenas defendeu o PPE, como no caso da greve na Mercedes, mas também a postura do sindicato de procurar, mesmo com a mobilização, não querer prejudicar a produção orientando os trabalhadores da produção a entrarem para trabalhar após todas as assembleias. A questão que surge a todos que acompanharam a mobilização é que novamente a empresa ameaça com demissões em troca dos trabalhadores aceitarem o acordo proposto, tanto pelo sindicato, quanto pela patronal em aprovar o PPE. Além disso foi acordado com a direção do sindicato a abertura de um PDV (programa de demissões voluntaria) com o objetivo de demitir pelo menos 60 trabalhadores. O presidente do sindicato afirma que o PDV também é uma alternativa, “considerando que o trabalhador tem 20 anos de casa, ele receberá 16,6 salários a mais e, se tiver restrição médica, serão 28 a mais”, disse.

Mais uma derrota dos trabalhadores foi o desconto dos dias parados durante a greve. Serão descontados três dias do banco de horas, e o restante serão compensados. Essa negociação, porém, possui uma particularidade. Inclui a previsão de lay-off (suspensão temporária de contrato) até dezembro de 2016. Hoje, estão afastados 164 empregados, que voltariam no dia 11 de outubro. No entanto, eles permanecerão afastados até março, com redução de 10% na renda, assim como o restante da fábrica. Em janeiro, serão suspensas mais 105 pessoas, totalizando 269 trabalhadores. De março a dezembro, esse desconto será de 15%, conforme exigência da Ford, e o sindicato vai negociar para que o grupo de trabalhadores seja alterado. 




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