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Filme Argentina 1985: Entrevista com Gonzalo Rojas

Lina Hamdan

Imagem: colagem com foto de manifestação contra a ditadura argentina em 1982 e militares em julgamento de 1985.

Filme Argentina 1985: Entrevista com Gonzalo Rojas

Lina Hamdan

Gonzalo Rojas é professor de Ciência Política na Universidade Federal de Campina Grande. Nascido em Rosário e tendo vivido desde criança em Buenos Aires viveu o politizado momento histórico que marca o julgamento registrado no recente filme de Santiago Mitre: Argentina 1985. Na edição de hoje, Gonzalo conta um pouco sobre o filme, sobre o momento histórico desde a insurreição operária na Argentina em 1969 e fala sobre o que o filme suscita nos dias de hoje tanto na Argentina quanto em nosso país.

Argentina 1985. O novo filme de Santiago Mitre, protagonizado por Ricardo Darín, veio despertando forte interesse na Argentina e no Brasil por trazer uma versão baseada na realidade do julgamento civil das juntas militares que governaram a sangrenta ditadura Argentina de 1976 a 83.

Confira abaixo a entrevista com o professor Gonzalo Rojas, gravada em 8 de novembro de 2022.

[ATUALIZAÇÃO] Em julho deste ano, a justiça argentina condenou a prisão perpétua 10 militares que atuaram na ditadura no país. Em reação a essas condenações e buscando acenar para os militares após a derrota eleitoral presidencial de Bolsonaro, na última segunda-feira, 14 de novembro, Dias Toffoli, criticou o julgamento argentino dizendo que “Nós não podemos nos deixar levar pelo que aconteceu na Argentina” em palestra a empresários brasileiros em Nova York. “Não vamos cair nessa situação em que infelizmente alguns vizinhos nossos caíram”, seguiu o ministro do Supremo Tribunal Federal que em 2018 chamou o golpe militar brasileiro de "movimento de 1964".

Tais declarações escancaram novamente como os trabalhadores e o povo não pode confiar nas mãos do poder judiciário, em particular o STF, contra as ameaças golpistas bolsonaristas. Portanto, é necessária a total e completa independência das instituições do regime político brasileiro, ainda mais com um Senado e um Congresso Nacional cada vez mais à direita. Lula enquanto presidente foi parte de contribuir para o fortalecimento da localização política dos militares no regime, como com a intervenção militar no Haiti iniciada em 2004 com coordenação de Augusto Heleno. Agora busca um nome de um civil para liderar a pasta da Defesa no governo de transição coordenado por Alckmim, mas que tenha boas relações com os militares herdeiros da ditadura. Desta forma, os trabalhadores e a juventude de esquerda precisam se organizar de forma independente do novo governo eleito. Somente a organização e a ação independente da classe trabalhadora em aliança com as demandas mais sentidas pela população, na luta pelas questões democráticas, poderá derrotar o bolsonarismo e os ataques que o regime quer manter e planifica aprofundar.


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Lina Hamdan

Mestranda em Artes Visuais na UFMG
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