Com 32 dos 34 votos possíveis, a nonagenária atriz, Fernanda Montenegro, ocupará a 17ª cadeira da ABL. Posse deve ocorrer em março de 2022. A ABL, apesar de reunir nomes irrelevantes ou mesmo degradantes para as letras nacionais, recebeu a dona de uma das obras mais impressionantes da dramaturgia brasileira.
sexta-feira 5 de novembro de 2021 | Edição do dia
A votação para a Academia foi feita a portas fechadas e contou com 32 dos 34 votos possíveis. Fernanda ocupa a cadeira de Affonso Arinos de Mello Franco, falecido em março do ano passado. Fernanda vai ocupar a cadeira cujo patrono é Hipólito da Costa e já foi ocupada por Sílvio Romero e Antonio Houaiss.
Sobre o atual momento do país e da cultura, Fernanda arrematou recentemente: "A cultura das artes vive um momento de desmonte, de desconexão, de destruição bestial. O atual comando político nem sabe o que é sujeito, verbo e predicado."
Veja vídeo publicado por nossa querida Fernanda em sua conta do Instagram:
Apesar de celebrarmos a eleição de Fernanda, dona de uma vasta obra cinematográfica e dramatúrgica, é preciso dizer algumas coisas sobre a atual ABL.
Certamente Fernanda é maior do que os nomes de boa parte dos integrantes da Academia. Hoje, consta em seu quadro, o oligarca reacionário José Sarney, o implementador do neoliberalismo brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, o insosso Paulo Coelho, o funcionário do Instituo Millenium, Merval Pereira, o ex-ministro de Collor e FHC, Celso Lafer, entre outros nomes irrelevantes à literatura. Lygia Fagundes Telles e outros poucos escritores de verdade parecem ser minoria na ABL.
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