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VIOLÊNCIA RIO DE JANEIRO | Feridos a bala leva Hospital da Posse no Rio a se tornar “Hospital de Guerra”

segunda-feira 17 de julho de 2017 | Edição do dia

O Hospital da Posse, localizado em Nova Iguaçu no Rio de Janeiro recebem em média dois feridos de bala por dia. Chamado de Hospital da Guerra, esse é o destino do crescente número de baleados na região. Segundo dados do Próprio Hospital, em 2013, foram atendidos 172 pacientes baleados, em 2014, o número dobra pra 347, em 2015 são 430 atendimentos, em 2016 são 475. Até 13 de julho de 2017 já são 385 atendimentos.

A rotina é tensa, o hospital é um dos poucos que atendem casos de alta complexidade, possui 400 leitos ocupados. Conta com 25 médicos na emergência por dia, o numero sobe parar 30 aos finais de semana.

A estratégia de "guerra às drogas" é um dos principais responsáveis por esse aumento, de modo que a polícia hoje mata mais do que crimes de latrocínio.

Saiba mais: Pesquisa mostra que polícia no Brasil mata mais do que latrocínios

Em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, o Diretor do Hospital Joé Sestello, afirma:

“Não tenho duvida em afirmar que aqui é um hospital de Guerra pelo quantitativo de feridos por tiros e pelo tipo de gravidade”

Ainda na mesma entrevista:

“Para agravar mais a situação, o ferimento por projeto de fuzil causa uma destruição muito maior, se acertar o tórax ou abdômen, é praticamente mortal.”

Segundo relatos, há um crescimento do número de atingidos por armas de grosso calibre, e a maioria dos feridos por esse tipo de munição, como fuzil, por exemplo, chega morta ao Hospital.

Amanda Fonseca, 36, relata ao jornal folha de São Paulo:

“Ás vezes são muitos baleados de uma só vez. Você acaba ficando impressionada”, e diz ainda que comprou um carro blindado “para se sentir mais segura” como fizeram outros médicos.

O cirurgião Marcelo Soares 49, que já foi baleado em um assalto na Barra da Tijuca, e dois anos depois foi chamado para operar seu pai que foi baleado em um assalto:

“Aqui não fazemos diferenciação entre pacientes, quem esta no estado mais grave é sempre nossa prioridade. Não importa se é criminoso”.

Dados do Hospital mostram que maior parte dos pacientes baleados é de Nova Iguaçu, uma margem de 40%, 18% de Belford Roxo (município da região metropolitana do Rio de Janeiro), e o restante de outras cidades.

Administrado pela Prefeitura de Nova Iguaçu, o Hospital tem um orçamento de 20 milhões por mês. A verba Federal repassada ao município é de 12 milhões, e o Hospital recebe cerca de 6 milhões desse valor.

A tempos o Hospital vive a beira de um colapso, o Prefeito do município, Rogério Lisboa(PR) afirma: “Quero ajuda da união para essa situação. Nos tornamos um hospital regional por causa da carência de unidades de alta complexidade nas cidades vizinhas. Já ate fiz uma proposta de devolver o Hospital ao governo Federal”

Essa fato revela o que há de mais podre dentro dessa corporação assassina, racista, que em nome do combate a violência e à “guerra às drogas” invade casas nas favelas, tacando o terror nos moradores, para assassinar a juventude negra e pobre. A polícia não é uma instituição voltada a responder ao problema da violência no país. Ela é a violência e, como vemos com essa notícia, é também o próprio tráfico de drogas.

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