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RACISMO | Favela do amor promove ação cultural dos 10 meses em memória do Lucas

Moradores da comunidade promoveram ação cultural em memória aos 10 meses do assassinato covarde do menino Lucas, assassinato esse que segue na impunidade, expressando o caráter assassino e racista da polícia do Estado de São Paulo, legitimada pelo governador João Dória.

segunda-feira 14 de setembro de 2020 | Edição do dia

No dia 12 de novembro, Lucas desapareceu em frente de casa, após abordagem da polícia militar em sua casa. Segundo depoimentos do irmão de Lucas, policiais abordaram a mãe dos meninos questionando se poderiam entrar na casa, sendo concedido, os policiais desistiram e foram embora, antes da abordagem, a mãe escutou a voz do Lucas dizendo que morava ali e desde então não encontraram mais o menino, sendo encontrado um tempo depois na represa no Parque do Pedroso, em Santo André, irreconhecível até para a própria mãe.
Lucas tinha 14 anos e seu histórico na comunidade era de bondade e amor, onde ajudava os moradores, comprava pão para todos quando ia a padaria e não tinha nada que o fizesse merecer agressões, a não ser, a cor da sua pele e lugar onde morava, elementos essenciais para essa polícia racista e assassina que mira suas armas ao povo negro, pobre e de periferia.

Nós do Esquerda Diário, entrevistamos a mãe do Lucas, que se encontrava em lágrimas durante toda ação.

Esquerda Diário: Qual é o sentimento em saber que o Estado legitima a atuação da Polícia nas favelas, interrompendo o futuro dos jovens e seguirem na impunidade?

Resposta: Meu sentimento é de muita revolta, tristeza; Lucas era um menino inocente, estudioso e muito amoroso comigo, com os irmãos, cachorros que ele tem e moradores da comunidade. Estou sofrendo com a ausência dele e peço ao João Dória que ele se posicione e que me de resposta, porque como ele sendo governador, pode colocar nas ruas, policiais para matar os filhos dos outros, as crianças inocentes. Policial Rodrigo Costa, Policial Lucas, vocês que foram na minha casa, vocês que levaram meu filho. João Doria, quero que você me responda, onde está a outra viatura que levou meu filho, porque são cinco policiais e duas viaturas, até agora só dois foram identificados porque eu identifiquei, porque eles foram na minha porta, bater na minha porta atrás dos meus filhos.

A atuação da polícia militar nas periferias e comunidades é truculenta e assassina. Desde o inicio do ano, o número de mortos pelas mãos da polícia paulista aumento, sendo que em cada três homicídios registrados no estado tem policiais, seja civil ou militar, como autores. É preciso dar um basta ao Estado racista que legitima a morte e a repressão nas comunidades pobres e negras. É preciso lutar por todos os Lucas que são alvos da perseguição sistemática racista da polícia e do estado.




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