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Familiares dos petroleiros também se mobilizam ao lado dos trabalhadores

A luta dos petroleiros e suas famílias deve servir de exemplo contra as privatizações planejadas por Bolsonaro que quer entregar ao capital estrangeiro não somente o petróleo mas qualquer recurso natural e empresa pública que pertença aos brasileiros, sem se importar que milhares de famílias sejam prejudicadas e percam da noite pro dia sua dignidade e seu sustento, que sejam interrompidos seus projetos e sonhos, que os filhos dos trabalhadores tenham que lidar tão cedo com preocupações desumanas para uma criança.

sábado 8 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

A greve nacional dos petroleiros que já atingiu o sétimo dia e conta com a adesão de milhares trabalhadores de muitas refinarias, plataformas e unidades de produção em 84 unidades de 13 estados brasileiros, fazendo com que a mobilização adquira uma dimensão histórica para a categoria.

Mas a principal reivindicação dessa greve, que é a suspensão do fechamento da fábrica de fertilizantes da Petrobrás no Paraná - a Fafen, busca combater uma das mais cruéis consequências do projeto de Bolsonaro de entregar a Petrobrás ao capital estrangeiro para alimentar ao imperialismo: as demissões em massa e o desamparo de milhares de famílias.

Somente com o fechamento dessa fábrica, mil famílias, entre empregados diretos e terceirizados, estariam largados à própria sorte, dentro do cenário de uma economia em crise onde o desemprego só tem aumentado e que, da noite pro dia, ficariam sem ter como prover seu sustento e honrar seus compromissos. Tudo isso sob a falsa alegação de que a fábrica daria prejuízo, fato que foi desmentido pelos petroleiros, pois a afirmação é baseada em dados distorcidos com o objetivo de justificar o absurdo fechamento e as demissões.

É por saber a realidade que as espera, caso o fechamento da fábrica e as demissões se efetivem, que as famílias dos petroleiros se colocaram ao lado destes trabalhadores em muitas unidades da Petrobrás onde ocorrem as manifestações como uma forma de demonstrar a gravidade da ameaça que estão sofrendo e que também estão dispostas a lutar contra esse ataque.

No Rio de Janeiro, onde ocorre uma vigília em frente à sede da Petrobrás, familiares dos petroleiros acampam junto aos trabalhadores há dias. Na porta da Fafen onde trabalhadores ocuparam a fábrica e se acorrentaram ao portão também a presença das famílias é grande. E não só os adultos se mobilizam contra o fechamento da fábrica. Também na porta da fábrica de fertilizantes no Paraná, crianças pediram para serem acorrentadas junto com seus pais. Os filhos dos petroleiros gravaram vídeos em apoio e demonstrando a preocupação com o futuro de suas famílias e de como vão garantir as necessidades básicas como aluguel e comida.

Em um vídeo gravado na porta da fábrica, Vitor, filho de um trabalhador, demonstra uma grande tristeza e indignação com a ameaça de demissão de seu pai. Lucas de 7 anos, filho de outro trabalhador que está em vigília na sede no Rio de Janeiro expressou através de uma redação feita na escola o orgulho do pai que tenta “salvar a fábrica e evitar as demissões”.

Crianças que mal aprenderam a escrever já enfrentam uma dura realidade em consequência das ações de um governo que prioriza manter o lucro capitalista. Famílias inteiras atemorizadas pelo fantasma da demissão enquanto a diretoria burguesa da Petrobras ameaça destruir a economia de toda uma cidade cuja economia está ligada à atividade da fábrica.

Mas os trabalhadores encontram no apoio das famílias força para levar adiante essa importante luta contra a entrega dos recursos brasileiros ao imperialismo. E não pensam só nas suas famílias. Quando colocam em pauta como reivindicação a redução do preço da gasolina é porque sabem que os impostos abusivos embutidos no preço do combustível que visam engordar o lucro dos acionistas vão ser pagos com o dinheiro retirado da educação, saúde e lazer dos trabalhadores e suas famílias. Quando os petroleiros realizam uma ação de venda de gás a preço popular e justo estão mostrando o abuso de se aproveitar da necessidade das famílias de um produto que é básico e que sem o qual é praticamente impossível sobreviver para obter lucro exagerado.

A luta dos petroleiros e suas famílias deve servir de exemplo contra as privatizações planejadas por Bolsonaro que quer entregar ao capital estrangeiro não somente o petróleo mas qualquer recurso natural e empresa pública que pertença aos brasileiros, sem se importar que milhares de famílias sejam prejudicadas e percam da noite pro dia sua dignidade e seu sustento, que sejam interrompidos seus projetos e sonhos, que os filhos dos trabalhadores tenham que lidar tão cedo com preocupações desumanas para uma criança.

Somente com o controle dos trabalhadores sobre a Petrobrás e sobre cada empresa pública, sobre cada recurso natural disponível no país é que será possível a estas famílias que tenham uma vida digna, livre de ameaças e do fantasma da privatização. Pois assim a produção será direcionada para atender ao interesse de milhares de pessoas que trabalham e colaboram todos os dias para que a sociedade tenha os recursos e serviços necessários a preços justos e não para elevar cada vez mais os lucros de meia dúzia de capitalistas que nada produzem.




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