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RIO GRANDE DO SUL | Façamos como no Equador para derrotar Eduardo Leite e os ataques neoliberais

Tomemos a luta dos equatorianos contra o FMI para combater os ataques neoliberais de Eduardo Leite no Rio Grande do Sul.

quarta-feira 16 de outubro de 2019 | Edição do dia

Enquanto no Rio Grande do Sul o governador Eduardo Leite apresenta um pacote neoliberal de ataques aos servidores públicos, no Equador trabalhadores, indígenas e jovens explodem a luta de classes nas ruas fazendo o governo de Lenin Moreno recuar na aplicação do pacote neoliberal do FMI. Tomemos a luta equatoriana como exemplo para derrotar Leite em seu plano de austeridade.

Transformar Porto Alegre em uma Quito para fazer o Piratini tremer

A capital do Equador, Quito, foi invadida pelas massas trabalhadoras, indígenas e juvenis após o aumento dos combustíveis e as reformas neoliberais do governo de Lenin Moreno. Foram centenas de milhares que saíram às ruas e conseguiram, em apenas 12 dias, fazer o governo recuar na retirada dos subsídios aos combustíveis. Milhares saíam às ruas e rodovias de todo o país. As jornadas de luta contaram com heroismo combativo por parte da população, bem como com uma dura repressão do governo, levando ao menos 7 mortos e centenas de presos e feridos.

Mas nenhuma repressão foi capaz de frear a força das massas equatorianas em defender seus direitos e impedir os planos de austeridade do Fundo Monetário Internacional. Um verdadeiro farol para toda a América Latina em um momento em que o trumpismo avança em todo o mundo. Um caminho bem diferente daqueles planejados pelas organizações tradicionais que apostam todas suas fichas em negociações parlamentares e pressões institucionais, como o PT. Não podemos esperar 2022 para derrotar Bolsonaro, Leite e todos os governadores que avançam contra os trabalhadores.

Daí a necessidade de erguer um forte movimento no Rio Grande do Sul para derrotar o plano de Leite. Não será com acordos na ALRS que vamos vencer. É preciso transformar Porto Alegre em Quito, fazer a energia de Guayaquil se espraiar por todo o território gaúcho e fazer o chão do Piratini tremer. Os trabalhadores do judiciário estão em greve há vários dias, trabalhadores do Imesf, em Porto Alegre, estão se enfrentando contra a política destrutiva de Marchezan.

Os professores e o conjunto dos servidores estão tendo seus direitos mais básicos ameaçados (entre eles o de direito à organização sindical e o fim do plano de carreira, como apontamos aqui). É preciso unificar o conjunto dessas lutas em curso nas ruas da capital e do estado para golpear Leite com um só punho e impedir a aprovação da reforma da previdência no estado e o conjunto dos ataques ao magistério e aos servidores.

Um programa e uma estratégia para fazer com que os capitalistas paguem pela crise

No pacote de Leite há uma série de demagogias e mentiras. Ele diz que não é possível acabar com as isenções fiscais bilionárias que grandes empresários possuem no estado, bem como se nega a cobrar os sonegadores bilionários, como RBS e Gerdau, que hoje devem ao estado. Ou seja, Leite quer que a grave crise econômica que o RS passa deve ser descarregada nas costas dos trabalhadores, arrochando salário, privatizando o patrimônio público e retirando direitos básicos dos servidores. O problema do estado não é da previdência, e sim da crise econômica capitalista que os bancos e capitalistas de todo o mundo criaram.

Para isso, não há negociação possível, é eles ou nós. Por isso os trabalhadores precisam erguer um programa que faça com que os sonegadores paguem o que devem, confiscando seus bens, acabando com os incontáveis privilégias das castas políticas e jurídicas, bem como acabando com as isenções fiscais bilionárias do grande empresariado. Dessa forma podemos avançar em pagar em dia os salários dos professores e garantir os direitos básicos da população. Vale lembrar que os governadores do PT e PCdoB estiveram com Bolsonaro para aprovar a reforma da previdência e agora negociam sua parte na privatização do petróleo brasileiro. É com essas negociatas e não construindo mobilização dos trabalhadores que estes partidos aguardam 2022 para tentar retornar ao governo.

Hoje a direção central do CPERS, nas mãos do PT e do PCdoB, se negam a organizar uma greve forte desde a base, com um plano de lutas efetivo em base a assembleias massivas nos núcleos, com propaganda de massas para o conjunto da população saber do que se tratam os ataques. Tampouco buscam a unificação com as lutas já em curso, como a dos trabalhadores do Imesf. Agora esperam Leite enviar o pacote para a ALRS para iniciar uma greve 72 horas depois, colaborando com os tempos que Leite quiser impor.

Na contramão dessa estratégia de negociação e desgaste, é preciso erguer uma forte solidariedade de demais setores, como os estudantes secundaristas e universitários, a fim de fazer dessa energia equatoriana algo que se materialize nas ruas do Rio Grande do Sul. É dessa forma que vamos avançar contra o neoliberalismo que avança a passos largos no Rio Grande do Sul.




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