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JUSTIÇA DO PATRÃO | FHC sai em defesa do nada neutro Judiciário e suas últimas ações

Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendeu a atuação do Judiciário, em vídeo publicado nesta terça-feira, 4, em seu Facebook. Sem citar nenhuma decisão judicial específica, disse que a "opinião pública pode, e deve, participar", mas que o juiz não pode atuar "contra fatos, nem contra o texto da lei". O golpista disse, ainda, que "nem sempre o resultado de uma decisão do Judiciário o agrada, nem a quem está ouvindo", mas que a Justiça tem regras, prazos e se presta a interpretações. Só não diz que as "regras" da Justiça não se aplicam igualmente a todos.

terça-feira 4 de julho de 2017 | Edição do dia

Segundo FHC, "quando o juiz é consciencioso, ele ao interpretar o texto da lei vai tomar como consideração os sentimentos que estão em predominância na sociedade, mas não pode nem ir contra fatos, nem contra o texto da lei." O ex-presidente afirmou, ainda, que não se pode pensar que "a Justiça vai funcionar como cada um de nós quer". A realidade é que a Justiça funciona sim como cada um quer, mas apenas dentro dos interesses dos grandes e poderosos.

Ainda segundo o sociólogo, as decisões da Justiça às vezes "nos colocam em certa perplexidade". "(Se pensa) ’Ah, a Justiça errou’. Pode ser que tenha errado, mas nós temos que obedecer. O norte é a Constituição". Ou seja, para o ex-presidente até mesmo uma sentença errada, como tantas as que deixam inocentes encarceirados por anos, não deve ser questionada, apenas obedecida.

As declarações de FHC foram dadas dias após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de soltar o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o "homem da mala", e permitir que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) volte ao exercício parlamentar.

Outra decisão judicial, nesta segunda-feira, 3, agitou o universo político e preocupou o Palácio do Planalto. O ex-ministro e aliado de Michel Temer (PMDB) Geddel Vieira Lima foi preso preventivamente, após decisão do juiz Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara Federal de Brasília.

FHC defende o Judiciário cegamente mas parece fingir esquecer que foi durante seu governo que o então Procurado-Geral da República Geraldo Brindeiro, nomeado diretamente pelo presidente, ficou conhecido como "engavetador-geral da república", devido à sua inação.

O que não faltam são demonstrações das grandes caras da política nacional, que defendem abertamente a justiça dos patrões, pintando na mesma uma máscara de neutralidade inexistente. A Justiça defendida por FHC, que deve ser cegamente obedecida, é a justiça que solta políticos corruptos, libera senadores como Aécio Neves para seguir cumprindo seu mandato mesmo com diversas denúncias, deixa livre empresários corruptores como Joesley Batista, enquanto um jovem pobre e negro como Rafael Braga é condenado a 11 anos de prisão por um falso flagrante de porte de drogas, após anos de prisão por portar um Pinho Sol próximo à uma manifestação.




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