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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | FAKE NEWS do ano: “a reforma da previdência é justa”

O discurso de Bolsonaro e Guedes durante o dia de ontem tentava dizer que a reforma eliminaria as diferenças entre pobres e ricos. A questão é: se a reforma elimina diferenças por que serão os pobres que vão trabalhar até morrer?

quinta-feira 21 de fevereiro de 2019 | Edição do dia

Essa é certamente a maior “fake news” do ano. Os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, no ano de 2017 e em algumas regiões do país, viveram menos de 65 anos. Na grande São Paulo, por exemplo, nos bairros de periferia, a média de vida da população sequer chegou aos 60 anos de idade.

Eles dizem que a reforma vai eliminar diferenças entre ricos e pobres. Isso não poderia ser verdade: os trabalhadores mais pobres estão sendo ameaçados com uma faca no pescoço para que trabalhem até morrer com a média de idade que propõe Guedes. A idade minima, ligada ao tempo de contribuição de 40 anos para aposentadoria integral, leva a que os trabalhadores mais pobres - vítimas do emprego sem carteira, precarizado e sem direitos - fiquem a mercê da vida de trabalho até o último dia de suas vidas, ou de uma aposentadoria miserável aos 65 anos, desde que tenham 20 anos acumulados de contribuição.

Guedes inclusive inclui um parágrafo na sua proposta de Reforma da Previdência com uma espécie de gatilho automático que permitiria que a idade mínima para aposentadoria fosse aumentada sem necessidade de alteração da constituição a cada momento em que a expectativa de vida se eleva. Esse dado, entretanto, não poderia ser mais abstrato. O dado de expectativa de vida recolhido pelo IBGE, se baseia na quantidade de doenças catalogadas, na qualidade do atendimento de saúde, na possibilidade de prevenção de doenças mortais, todas essas garantias cada vez menos alcançáveis, no marco de tantos ataques aos direitos de saúde e moradia.

O Brasil ainda é um dos países com maior quantidade de vítimas do gatilho fácil da polícia, o que não é calculado, por exemplo, na expectativa de vida, tampouco as curvas acentuadas de violência policial que Moro quer garantir com a aprovação de seu pacote de maldades, que promete que “susto” seja justificativa para autos de resistência. Isso para não mencionar o feminicídio e a LGBTfobia que geram vítimas todos os dias, e segue aumentando.

Do outro lado da balança estão os ricos, que não recebem salários, mas sim lucros, e que com a reforma terão a garantia de uma classe trabalhadora mais fraca, mais barata e mais desmoralizada pela dureza do ataque, uma enorme garantia da manutenção da ganância capitalista, que nesse ano já mostrou em Brumadinho que não se preocupa nem um pouco com as vidas operárias. Para eles, Bolsonaro também está preparando uma onda de privatizações e de perseguição às greves operárias. A desigualdade só fica maior. Militares e políticos, ainda que digam que vão ter suas aposentadorias alteradas, serão resguardados, o ataque atual é apenas contra a classe trabalhadora.

Neste momento é mais urgente ainda a construção de um plano de lutas pra barrar a Reforma da Previdência, que se for aprovada, significará um enorme ataque contra nossa classe. É tarefa de todos os sindicatos lutar por um programa para “fechar as contas do país” - discurso sob o qual Bolso/Guedes se protegem para desferir esse golpe contra as massas - que seja um ataque aos lucros capitalistas, como lutar pelo não pagamento da dívida pública.

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