Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado até a última semana, destinou cerca de R$330 milhões de reais para seu filho, Miguel Coelho (DEM), que é prefeito da cidade de Petrolina e tenta lançar-se como candidato ao Governo de Pernambuco no próximo ano.
segunda-feira 20 de dezembro de 2021 | Edição do dia
De acordo com um levantamento interno, nos anos de 2016 a 2018, cerca de 90 milhões foram direcionados para a região por indicação parlamentar. Entretanto, esse número se quintuplica durante o governo Bolsonaro, chegando a R$490 milhões de recursos. Desses R$490 milhões, R$330 milhões foram indicados pelo Senador Bolsonarista, sendo cerca de 70% do valor total.
Em 2019, cerca de R$180 milhões foram repassados por indicação do senador. Desde 2021, os rastros das indicações se tornaram mais escassas, sendo estas atribuídas de forma genérica ao relator-geral do Orçamento.
Contudo, esses valores milionários não se transformaram em benefícios para a população pernambucana. As emendas parlamentares estão sendo a forma pela qual o Governo Bolsonaro vem mantendo uma base de aliados no Congresso. Com o aumento desta verba no ano de 2020 se torna claro que esses valores se tornam moeda de troca para a sustentação do Governo Bolsonaro. Essa mamata não acabou.
A segunda pessoa que mais enviou recursos para a região foi outro filho de Coelho, Fernando Coelho Filho (DEM), que destinou cerca de R$22 milhões.
Do total da verba, 47% foi destinada a pavimentação de rodovias. Obras que estão em péssimas condições, segundo moradores. 28% foi utilizado para compra de equipamentos, que estão em desuso no momento, 9 % para instalação de poços e 7 % para implementação de reservatórios hídricos.
Esses recursos, estão sendo majoritariamente sendo utilizados no município de Petrolina, onde o filho do Sanador é Prefeito. Miguel Coelho, no próximo ano tentará ser candidato ao Governo do Estado de Pernambuco pelo DEM.
Essa indicação pessoal e sem critérios objetivos por meio de emendas ocorre ao mesmo tempo em que é realizado um desmonte do programa federal de entrega de cisternas, intitulado Programa Cisternas, que possui regras gerais e fiscalização social por conselhos municipais, associações e ONGs.
