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PANDEMIA AVANÇA GRAÇAS A BOLSONARO E CAPITALISTAS | Estudo aponta Brasil como país em pior situação na pandemia, com mortes dobrando até domingo

O total de mortes pela covid-19 no Brasil pode chegar a 9,7 mil até o próximo domingo, projeta o Imperial College de Londres. Novo estudo da instituição revela que o País tem a pior situação no mundo, com o número de casos "em provável crescimento" e um registro "muito grande" de óbitos.

quinta-feira 30 de abril de 2020 | Edição do dia

(Getty Images/Getty Images)

O total de mortes pela covid-19 no Brasil pode chegar a 9,7 mil até o próximo domingo, projeta o Imperial College de Londres. Novo estudo da instituição revela que o País tem a pior situação no mundo, com o número de casos "em provável crescimento" e um registro "muito grande" de óbitos. Vale ressaltar que essas projeções são feitas com base no número de casos registrados oficialmente, sendo que o Brasil é também recordista em subnotificações com estimativas que apontam que o número real de casos no país pode ser até quinze vezes maior, e não são diagnosticados por falta de testes.
O negacionismo de Bolsonaro é escancarado, e também seu desprezo pelas nossas vidas, demonstrado cabalmente com seu já famigerado “e daí?” quando perguntado sobre as mortes. Assim, além de não fornecer as medidas mais elementares, como a testagem massiva, o presidente tem defendido afrouxar as quarentenas com a reabertura de estabelecimento, e ampliou ontem a lista de atividades consideradas essenciais, incluindo até startups e serviços de locação de veículos.

O levantamento do Imperial College com 48 nações, divulgado ontem, revela que o número de óbitos deverá ser "muito alto" (acima de 5 mil) em só dois países, Brasil e Estados Unidos – onde o negacionismo de Trump e também a completa ausência de um sistema público de saúde tem mostrado como mesmo no principal país imperialista do mundo o capitalismo cobra seu preço. Numa previsão menos pessimista, os cientistas previam 5,6 mil óbitos até o fim desta semana no Brasil - ontem, o Ministério da Saúde contabilizava 5.466. Os números previstos para os EUA são maiores, de 13 mil a 15 mil, mas por lá a epidemia já está se estabilizando.

O Imperial College é uma das mais conceituadas instituições em modelagem matemática e vem publicando projeções desde que a epidemia chegou à Europa. Foi por causa dos seus números que o primeiro-ministro do Reino Unido, o até então também negacionista Boris Johnson, se convenceu de que o isolamento social era necessário para evitar uma catástrofe.

O levantamento lista os países em que a disseminação do coronavírus está "provavelmente declinando", como França, Itália e Espanha e outros em que há estabilidade ou crescimento lento, como Alemanha, Reino Unido e os EUA. A pior previsão é para nove países em que a epidemia ainda se encontra "em provável crescimento", o que inclui Brasil, Canadá, Índia, México e Rússia. O Brasil tem ainda o maior número de reprodução de casos - cada doente transmite para aproximadamente três outros, forte indício de que a velocidade do crescimento da infecção é alto. Isso ocorre tanto por conta da ausência de testes como pelas péssimas condições de vida da população, o que favorece a baixa imunidade, o rápido contágio (por exemplo, nas casas insalubres e pequenas que encontramos nas favelas), entre outros fatores que nada tem a ver com o vírus, mas sim com as condições sociais geradas pelo capitalismo.

Pressionado ontem em audiência no Senado, o ministro da Saúde, Nelson Teich, citou estudo da pasta para mudar a diretriz de isolamento só para alguns grupos - como idosos, casos confirmados e aqueles em contato com doentes - e regiões mais críticas. Mas ponderou que o posicionamento do ministério não mudou até agora. "O fato de estar planejando agora não quer dizer que vai liberar ou sugerir flexibilização no momento em que a curva ainda está ascendente", afirmou.

Criticado por ter falado em relaxar o isolamento, Teich ponderou que a mudança dependerá de uma queda na curva de casos e a decisão será de Estados e municípios. O fato é que Teich já deixou claro suas posições absurdas, e é também pressionado tanto por Bolsonaro como pelos empresários a acabar mesmo com essa medida medieval e absolutamente insuficiente que é o isolamento social.

O fato é que não é apenas Bolsonaro, com sua postura repugnante, que nos expõe à explosão da pandemia e a milhares de mortes. Todos os governos tem sido negligentes, e em nenhum lugar há testagem massiva, a medida mais elementar para combater a pandemia. O que vem ficando mais claro a cada dia é que para os capitalistas e seus governos nossas vidas não valem nada. Só nossa organização, dos trabalhadores e do povo pobre, pode garantir um combate efetivo à pandemia.




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