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USP: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO | Estudantes do CAER-USP impulsionam defesa do HU e do SUS pelo dia mundial da saúde

O Hospital Universidade da USP vem de um longo processo de desmonte promovido pela reitoria. No dia de hoje, Dia Mundial da Saúde, a gestão Katendê - Faísca e independentes, do Centro Acadêmico Emílio Ribas, da Faculdade de Saúde Pública chama a todos os estudantes a se somarem na luta em defesa do HU, junto a toda comunidade uspiana e a população que usufrui de seus serviços.

quinta-feira 11 de abril de 2019 | Edição do dia

Confira a íntegra da nota divulgada pelo Centro Acadêmico Emílio Ribas (CAER):

Sobre o dia Mundial da Saúde: A luta em Defesa do HU-USP é também a luta pelo SUS!

O sucateamento do Hospital Universitário da USP desde a gestão de Zago, iniciada em 2013, avançou contra trabalhadores, professores, estudantes e contra toda a comunidade de parte da zona oeste. O hospital, que em seu auge atendia cerca de 500 mil pessoas, enfrentou sob as mãos de Zago dois Programas de Incentivo a Demissão Voluntária e uma tentativa de desvinculação para entregar o HU para outra entidade gerir, alegando que o hospital era na realidade um “fardo”.

Hoje, com pronto socorro e leitos fechados, o HU-USP não presta serviços adequados ao conjunto da população e os trabalhadores são levados a trabalhar jornadas atenuantes devido às demissões e os alunos tem seu ensino e pesquisas prejudicados, uma vez que não há apoio para ensino, desde professores e trabalhadores, quanto de pacientes para atender. Em 2017, através da luta que unificou trabalhadores, estudantes, professores e usuários, uma PL foi aprovada destinando uma verba de R$48 milhões para o HU. Entretanto, a universidade não aplicou a verba para o hospital, que atualmente encontra-se “desaparecida”.

Dada tal situação, o Ministério Público interveio em busca dos R$48 milhões e uma nova verba única foi liberada para o HU de R$40 milhões, destinada para reestruturação e contratação do hospital. Diante dessa nova situação, os promotores solicitaram aos alunos de cada curso da saúde para escrever uma carta descrevendo as demandas necessárias para que o HU esteja à serviço do ensino, pesquisa e extensão. Nós do CAER da gestão Katendê - CAER: Faísca e independentes - defendemos que é necessário que os trabalhadores e usuários se organizem neste processo, pensando na reestruturação do hospital com uma proposta que seja capaz de responder os problemas sem penalizar nenhum dos setores que usam e constroem o hospital.

Por isso, convidamos todos os alunos da Nutrição e da Saúde Pública para discutir a situação do HU e se envolver neste importante processo em defesa do hospital universitário, importante resultado do currículo experimental da medicina, que partiu das bases de uma compreensão ampla de que a saúde é produto das relações sociais e das condição de vida, não somente da presença ou ausência das doenças. Assim, é preciso enxergar que a burocracia universitária e os governos hoje defendem outro projeto de saúde e de ensino: a saúde como mercadoria, o avanço da privatização sobre os serviços públicos. Defender o HU é defender o SUS e o direito legítimo à saúde gratuita e de qualidade.

Como parte desta luta pela reestruturação do HU, nós da CAER da gestão Katendê - CAER: Faísca e independentes partimos de defender um caminho para essa conquista que possa responder os problemas de fundo. Para isso, exigimos mais verbas para o HU, através do aumento do repasse do ICMS e também a abertura do livro de contas, para que os R$48 milhões dos royalties do petróleo destinados ao HU e as verbas da Universidade sejam conhecidas e controladas por toda comunidade uspiana, evidenciando os gastos da burocracia acadêmica que alega "falta de verba". Além disso, exigimos também que todas as contratações sejam realizada via USP, ou seja, por concurso, uma vez que vemos o avanço da terceirização e sabemos que acarreta a precarização dos postos de trabalho e dos serviços prestados. Não apoiamos a participação das fundações, organizações sociais de saúde ou qualquer outra via. Também defendemos a efetivação de todos os terceirizados, que hoje formam grande parte dos trabalhadores da USP, sendo alvos constantes de cortes, assédios, demissões por parte das empresas e da burocracia acadêmica.

É de extrema importância que todos os alunos da Faculdade de Saúde Pública participem das nossas enquetes, para exigir que possam fazer parte não só desse processo, mas principalmente do processo de organização e construção de uma força real pela saúde gratuita e de qualidade.




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