Em plenária online, estudantes da UFPE da pós-graduação votaram um chamado público convocando o movimento estudantil a seguir a mobilização nacional contra os cortes e em defesa da educação e apelam às entidades nacionais por reuniões de base e assembleias.
segunda-feira 12 de dezembro de 2022 | Edição do dia
Leia na íntegra a carta aprovada:
Chamado nacional dos estudantes da pós-graduação da UFPE a seguir a mobilização
Em plenária que contou com a participação de mais de 50 estudantes da pós-graduação da Universidade Federal de Pernambuco, foi deliberado esta carta nacional pela continuidade da mobilização estudantil contra o corte promovido pelo governo Bolsonaro, até que o auxílio estudantil e as bolsas CAPES de todos os estudantes e pós-graduandos estejam devidamente pagos, assim como pelo pagamento imediato dos salários cortados e contra qualquer demissão de trabalhadores terceirizados.
O corte promovido pelo MEC coloca em risco o funcionamento das universidades e institutos federais, bem como ameaça a vida de milhares de bolsistas da pós-graduação que seguem na incerteza sobre o futuro de suas bolsas em meio ao final de ano. Também significa não pagamento de salário para milhares de trabalhadores e o risco de demissão para trabalhadores terceirizados que prestam serviços para as instituições de ensino. Somados aos demais cortes ao longo do ano, as universidades públicas federais estão em situação calamitosa. Na UFPE estamos sem manutenção predial, restaurante universitário e fornecimento de água em alguns dos prédios, além da frequente redução do quadro de trabalhadores da segurança patrimonial, limpeza e outros serviços terceirizados. Além disso, houve um corte no orçamento de 8,5 milhões da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco.
Entendemos que o pagamento das bolsas CAPES do mês de novembro é fruto de nossa mobilização, porém não devemos parar. Os estudantes vivem um momento em que seu futuro é instável, no qual ainda não foram confirmadas os pagamento das bolsas referentes ao mês de dezembro, por exemplo. Não devemos confiar neste governo que quer destruir nossas vidas, de modo que nossa única garantia de que as bolsas serão de fato pagas é a nossa mobilização. Entendemos também que o corte afeta não somente os estudantes, mas também milhares de trabalhadores, aos quais nos solidarizamos e devemos defender também com nossa luta.
Para além da garantia do pagamento de nossas bolsas, a lista de reivindicações da pós-graduação da UFPE é extensa, partindo do reajuste de seu valor que está defasado há anos, mas também a falta de direitos trabalhistas e protetivos para os pós-graduandos, que produzem conhecimento e pesquisa, muitas vezes em situações de periculosidade. Para conquistar o reajuste do valor em 70%, equivalente ao tempo em que está congelada, com ajuste automático conforme a inflação, bem como os demais direitos trabalhistas e protetivos, confiamos apenas na nossa mobilização.
Portanto convocamos o conjunto do movimento estudantil a seguir na luta pela revogação dos cortes e por nossas pautas. Assim como apelamos às entidades estudantis, em especial a UNE e ANPG, para dar continuidade às mobilizações nacionais por nossas demandas, organizando reuniões, plenárias, atos e assembleias de base. Para garantir nossas conquistas, seguimos na luta potencializando a organização que nos levou até aqui. Pelo pagamento imediato de todos os auxílios, bolsas e todos salários, nenhuma demissão de trabalhadores terceirizados, pela revogação dos cortes e recomposição orçamentária.
Pós-graduandos em plenária extraordinária da APG realizada no dia 8 de dezembro de 2022
