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TERCEIRIZAÇÃO | Estudantes da Unicamp iniciam campanha pela efetivação dos trabalhadores terceirizados

Nessa quarta (09/09) os estudantes da Unicamp iniciaram uma campanha Pela Efetivação dos Trabalhadores Terceirizados sem a necessidade de concurso público.

Victor BernardesProfessor - Campinas-SP

sábado 12 de setembro de 2015 | 01:20

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A proposta da campanha saiu de uma atividade durante paralisação dos estudantes de Ciências Sociais e História com a presença de 35 estudantes, tendo entre eles representantes de alguns Centros Acadêmicos e do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp.

O conteúdo da campanha se definiu a partir da reflexão dos estudantes da necessidade de se mobilizar frente privatização e a precarização geral da universidade, que fica expressa na falta de políticas de permanência que realmente atendam à todos estudantes que precisam, como a falta de vagas na moradia que tinha um projeto inicial de 1500 vagas e hoje, com o dobro de estudantes, tem em torno do 900 vagas e faltam estúdios para permanência de famílias, as bolsas de auxílio que são bolsas trabalho e, o mais escandaloso, não existem políticas de cotas étnico-raciais nem sociais. Ou seja, a centralidade das pautas estudantis são essenciais tanto para garantir a permanência de qualidade dos estudantes quanto para mudar a composição social da universidade, contra o elitismo de hoje.

Além das pautas estudantis, foi definido outro fator da precarização da estrutura, do ensino da universidade e das condições de trabalho dentro dela, a terceirização. As empresas contratadas pela Unicamp para prestar serviços já causaram diversos problemas em obras que ficaram inacabadas ou com problemas estruturais devido a busca de gastos cada vez menores com materiais e projetos de baixa qualidade. O mais absurdo são, na mesma lógica de redução de gastos e da qualidade, as condições de trabalho dos terceirizados, que sofrem diariamente assédio de seus superiores, super exploração devido ao excesso de trabalho, têm baixíssimos salários, nenhuma estabilidade ou perspectiva de carreira, são impossibilitados de se organizar e lutar por melhores condições pois podem ser demitidos, além os postos terceirizados são ocupados em sua maioria por mulheres negras, o que comprova o machismo e racismo institucional da Unicamp, que se utiliza das opressões para aumentar a exploração sobre os trabalhadores. E é nessa mesma universidade que existem os altos cargos como reitor e pró-reitor que recebem salários que chegam à R$ 50 mil, sendo que o teto permitido pela lei é em torno de R$ 21,6 mil, mostrando o privilégio que esta casta universitária recebe para ter as mesmas condições de vida de um empresário.

A partir dessa discussão, os estudantes definiram como essencial ter a luta por permanência e acesso à universidade, mas também a necessidade imediata de travar uma forte luta pela efetivação dos trabalhadores terceirizados, por fazer parte da vida de todos os estudantes que precisam do serviço dos trabalhadores que colocam a Unicamp para funcionar e que, assim como os trabalhadores efetivos, tem que ter seus direitos garantidos e que sejam efetivados sem a necessidade de concurso público, pois não precisam provar que podem exercer certa função por já exercerem, o concurso é um método meritocrático que excluiria muitos desses trabalhadores terceirizados dos seus cargos. Toda essa luta foi traduzida na campanha lançada nessa semana que teve como primeira etapa a fixação de cartazes pela Unicamp impulsionada principalmente pelos centros acadêmicos CACH e CAFIL e necessita da adesão de mais estudantes e centros acadêmicos para levar essa luta à todos.




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