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UFES | Estudantes da UFES protestam contra marmitas com larva e agendamento no RU

Nesta segunda-feira (9), estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo fizeram um ato em repúdio às condições do Restaurante Universitário, exigindo o fim do agendamento, redução do preço atual e melhorias na alimentação.

terça-feira 10 de maio de 2022 | Edição do dia

Os estudantes fizeram um protesto no prédio da Reitoria e depois seguiram em direção ao RU, exigindo a redução do preço da refeição (atualmente custa $5 reais, sendo um dos mais caros do país), o fim do agendamento (onde muitos estudantes estão tendo que marcar quando irão fazer a refeição com um prazo de 1 semana de antecedência e caso não compareça corre o risco de ficar bloqueado sem comer no estabelecimento por 3 dias) e melhorias na alimentação (que tem vindo com larvas e sem uma limpeza adequada dos alimentos).

É um absurdo que os estudantes tenham que arcar com essas consequências ao exigirem seu direito básico de uma alimentação digna, com preço justo e de qualidade, sendo uma questão de permanência estudantil para que nenhum estudante deixe de comer ou passe mal por intoxicação alimentar (tiveram alguns casos de estudantes indo parar no hospital). Permanência na universidade não é uma política de lucro e sim um direito. Esse direito só será garantido através da mobilização, construindo assembleias de base nos cursos, assim como assembleias gerais com todo o conjunto da comunidade acadêmica presente (alunos, professores e trabalhadores da universidade), inclusive também os trabalhadores terceirizados do RU, que sofrem com a precarização do trabalho e que deveriam ser efetivados, porque a luta dos estudantes por permanência é a mesma luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho, por isso temos que estar em unidade.

Não esquecemos que em meio ao período de férias, sem nenhuma consulta à comunidade acadêmica, excluindo propositalmente da vista a autonomia universitária, justamente para minar qualquer possibilidade de mobilização, a reitoria já passou o aumento do Restaurante Universitário (RU) em aproximadamente 332%, que foi de R$1,50 para R$5,00, sem nenhuma melhoria nas condições de trabalho das funcionárias ou mesmo nas refeições; assim como instalou grades nas janelas do bandejão, no intuito de excluir qualquer possível acesso de quem não tenha o cartão e não tenha condições de pagar uma refeição. Assim como também demitiu os vigilantes terceirizados e os substituiu pela implementação de Policiais Militares aposentados por todo o campus, com a falsa justificativa de “melhorar a segurança” e identificar “perfis de supostos infratores”, numa postura escancaradamente racista de barrar a entrada de pessoas negras e pobres dos espaços da universidade, gerando o oposto a uma “proposta de segurança”, já que a presença da polícia militar é uma medida repressiva contra o poder de mobilização dos estudantes.

Importante ressaltar que a precarização da universidade pública já vem acontecendo antes do governo Bolsonaro e só se aprofunda cada vez mais. Essa precarização só pode ser enfrentada a partir de uma política de independência de classes, e não apoiando golpistas como Alckmin ou acreditando que um possível governo Lula não será de ataques e privatizações, até porque a atual crise capitalista não vai permitir fazer conciliações como antes, quando inclusive os banqueiros e empresários tiveram o maior lucro já obtido num governo presidencial. Seria necessário que a UNE e as Centrais Sindicais articulassem os estudantes e os trabalhadores ao invés de se aliar com neoliberais e canalizar a raiva da população para as eleições presidenciais. Temos que ir além das eleições, a única saída é com a nossa mobilização nos locais de trabalho, estudo e nas ruas. Somente desta forma iremos conseguir nos organizar e parar todos esses ataques, com a auto-organização e unidade dos trabalhadores com uma política de independência de classe.




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