sexta-feira 26 de fevereiro de 2016 | 00:00
Nesta quinta-feira (25/02) estudantes da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), também conhecida como USP Leste, realizaram ato que começou em frente à Superintendência de Assistência Social (SAS) e terminou em frente à reitoria. O ato tirado em assembleia dos estudantes na última sexta feira foi motivado pelos cortes do auxílio transporte na EACH assim como em todos os campi da capital do estado. Este ano quando saiu o edital do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil – PAPFE 2016 os estudantes perceberam que o auxílio transporte havia sido cortado para os campi da capital com a justificativa de que temos o passe livre fornecido pela prefeitura.
Para a EACH isso representa um grande ataque à permanência dos estudantes pobres e negros da unidade, sem contar o fato de que a bolsa moradia no valor de R$400,00 não é reajustada há 4 anos, ao contrário do crescimento absurdo da inflação imobiliária da cidade. A EACH fica localizada no bairro de Ermelino Matarazzo, um bairro majoritariamente industrial, por esse motivo a região não possuí uma oferta de moradia compatível com a demanda da região, principalmente com a demanda dos estudantes que vem de outras cidades ou de bairros muito distantes fazendo com que o estudante seja obrigado a procurar residência em bairros próximos, sendo necessário pegar um ônibus ou trem para chegar à universidade. Por esse motivo na EACH era permitido o acúmulo de auxílios moradia e transporte.
Esse novo ataque a permanência foi diretamente sentido pelos estudantes que decidiram não se calar e lutar por seus direitos. Durante o ato foi protocolada uma carta na SAS. Logo após os estudantes seguiram pelas ruas do campus Butantã em direção ao prédio da reitoria, onde depois de muita resistência por parte da burocracia universitária, uma comissão votada pelos alunos e composta por seis estudantes negros, conseguiu subir para uma reunião com representantes da reitoria e o chefe de gabinete do reitor.
A reivindicação dos estudantes por permanência deu lugar a uma série de músicas que agitaram todo o ato, inspirados em algumas canções que ficaram famosas durante a luta secundaristas os estudantes fizeram canções como “Euuuuuu to, boladão, não vou deixar o Zago cortar minha bolsa não” ou “Bololo há-ha, bololo há-ha, se tirar o meu auxílio a SAS vai parar”. A reitoria se comprometeu a dar uma resposta na quinta-feira que vem, dia 03 de março, em uma nova reunião com representantes dos alunos, às 14h, no campus Butantã. Após ação os estudantes voltaram para o campus da USP Leste onde realizaram um Acampaço por permanência estudantil.
