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Perseguição | Estudantes Indígenas sofrem perseguição e intimidação da UFOPA

Segundo nota da APIB, três lideranças indígenas e estudantes da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) estão sendo perseguidos pela universidade.

quinta-feira 4 de novembro de 2021 | Edição do dia

Foto: Sagui/Esquerda Diário

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) divulgou no dia 29 de outubro uma nota que apresenta a situação de perseguição e intimidação que estudantes indígenas da UFOPA tem passado na universidade.

Segundo o que consta a nota, durante a semana dos povos indígenas, evento acadêmico tradicional dos indígenas da UFOPA, que ocorreu em abril de 2019, três lideranças indígenas e estudantes reagiram a provocações do diretor de política e assistência estudantil representante da reitoria durante um debate sobre políticas de assistência estudantil e ações afirmativas. Desde então, os estudantes têm sofrido perseguições por parte da instituição por meio de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), chegando ao absurdo de judicializar acionando a Polícia Federal que instaurou procedimento investigativo contra os estudantes indígenas que chegaram a ser procurados.

Foto: Sofia B. H. Lisboa

Ainda, os estudantes denunciam que o reitor chegou a fazer um tribunal étnico-racial, colocando os estudantes indígenas na frente de outros estudantes da universidade na tentativa de demonstrar que os estudantes indígenas são privilegiados por meio das bolsas estudantis, o que incentivou a rivalidade e causou transtornos e assédio. Também denunciam que a universidade não usa da escuta e diálogo para acolher os estudantes indígenas, sendo comum que os profissionais despreparados usem de violências institucionais e preconceitos para perseguir e desmoralizar.

Os discentes perseguidos são Auricélia Arapiun, Alessandra Munduruku e Willames Borari. No caso de Auricélia Arapiun, vice-coordenadora do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA), organização que representa sociopoliticamente 13 povos da região Baixo Tapajós, já é o segundo processo interno na universidade, o primeiro foi aberto em 2018, foi arquivado e recentemente reaberto, o que pode gerar retenção no seu diploma de conclusão de curso.

Como se demonstrou no I Fórum de Educação Superior Indígena e Quilombola, que o Esquerda Diário esteve presente para cobrir, o acesso e a permanência dos estudantes indígenas na universidade e a conclusão de seus cursos é um ato político e uma conquista para os povos indígenas, sobretudo em um país onde há um genocídio contra os povos indígenas que tem se intensificado com o governo de Bolsonaro, Mourão e o conjunto do regime golpista que apoia grileiros, madeireiros, garimpeiros e o agronegócio para avançar com o capitalismo selvagem contra as terras indígenas. As perseguições e intimidações precisam parar, é tarefa do movimento estudantil de conjunto estar ao lado dos estudantes indígenas para ter uma organização e luta pelo arquivamento dos processos.




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