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ANTICAPITALISMO | Estatização da energia para frear a barbárie capitalista, que esvazia reservatórios para lucrar mais

Mesmo com um 2020 de chuvas acima da média da década, foi anunciada uma grave crise hídrica diante da seca atual. O que os capitalistas não contam é que esvaziaram reservatórios para gerar escassez, aumentar as tarifas e privatizar a Eletrobrás. Lutemos pela estatização da energia para frear a barbárie dos capitalistas contra nós e o planeta!

quarta-feira 7 de julho de 2021 | Edição do dia

Nos últimos meses, vimos anunciada nos jornais a maior crise hídrica em 91 anos, ao passo que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) declarava o aumento das contas de energia e o governo de Bolsonaro e Mourão avançava com Lira na privatização da Eletrobrás (que pode ir ao STF). Com os principais reservatórios operando em 35%, Bolsonaro baixou a MP1055, acionando as termelétricas poluentes e absurdamente mais caras (de R$65/MWh nas hidrelétricas para até R$1520/MWh nas termelétricas).

A disparada nos preços do gás e da energia é sentida no bolso de todos os trabalhadores e principalmente pelas camadas mais vulneráveis da população. Não bastasse uma pandemia e um governo negacionista que, junto com a direita e o conjunto do regime golpista, nos arrastam à mais de meio milhão de mortos, os ataques capitalistas estão degradando a vida de milhões de brasileiros que, na impossibilidade de pagarem valores exorbitantes para cozinhar ou manter a luz acesa de noite, se vêem obrigados a voltar à idade média, usando velas e fogão à lenha. E querem que acreditemos que esse é um sistema racional.

O que nenhuma mídia capitalista e muito menos Bolsonaro ou os privatistas do centrão golpista comunicaram, e que agora foi denunciado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens, é que houve um esvaziamento dos reservatórios no ano passado, gerando uma escassez artificial para aumentar as tarifas em um momento em que o país consumia 10% a menos por causa da pandemia.

O último ano foi o quarto melhor da última década, em relação ao volume de água que entrou nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras, porém dos 51.550 MW médios, foram produzidos apenas 47.300 MW, onde foram parar os outros 4.250 MW?

A ganância capitalista é motor de uma barbárie criminosa. Não basta superfaturar e ganhar propina com nossas vacinas, ainda fazem de tudo para aumentar nosso custo de vida e vender para o imperialismo e os grandes “investidores” as nossas empresas estratégicas de energia, como a Eletrobrás e a Petrobrás.

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Jogam água fora quando há abundância, para em seguida queimar carvão quando chega uma seca. E as secas elas mesmas são fruto dessa barbárie, resultado de uma política de expansão desenfreada do agronegócio que queima a Amazônia e o Pantanal, de um sistema de acumulação predativa que, de conjunto, há séculos vêm torrando combustíveis fósseis e os demais recursos naturais do planeta, convertendo-os em lucro para uma minoria de parasitas.

Por isso, é urgente uma saída anticapitalista e protagonizada pela classe trabalhadora. Não podemos cair em armadilhas liberais, como qualquer confiança no imperialismo da União Europeia ou de Biden, que conseguiu a cabeça do trumpista Salles, mas que preserva o interesse do capitalismo ianque em nossas riquezas e levanta seu projeto de “capitalismo verde” de maneira puramente demagógica, pois esse sistema é de conjunto inimigo da natureza.

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Canudos de bambu e hortas comunitárias não salvarão a Terra enquanto os capitalistas, que governam como Nero, permanecerem no controle. A estatização do setor energético, sob controle dos trabalhadores, é o que pode garantir uma produção de energia e combustíveis ecologicamente sustentável e voltada às nossas necessidades e não ao lucro. Só a classe trabalhadora é capaz de inverter a lógica e preservar o planeta para as próximas gerações, garantindo energia limpa e barata para o conjunto da sociedade, principalmente os mais pobres.

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As grandes centrais sindicais dirigidas pelo PT e o PCdoB, como CUT e CTB, se subordinam à estratégia eleitoreira de suas direções, que visam a eleição de Lula em uma frente ampla com a direita em 2022, e olham passivamente os ataques sendo aprovados e a catástrofe se desenvolvendo, enquanto nossos inimigos atacam nossa classe, os povos indígenas e nossas florestas.

Esses partidos e centrais sindicais, assim como setores da esquerda como PSOL, PSTU, PCB e UP, estavam unificados com partidos burgueses e a direita golpista e ex-bolsonarista, protocolando o anti-estratégico Superimpeachment, que colocaria Mourão no poder, enquanto os povos indígenas lutavam nas ruas contra o PL490. É essa moral e combatividade dos povos originários que devemos reivindicar, e não as alianças com Kim Kataguiri e Joice Hasselmann, ou a presença de inimigos declarados como o PSDB em nossos atos contra o governo.

Por isso, nós do Esquerda Diário e do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) reivindicamos que a esquerda precisa romper com suas ilusões institucionalistas e de cooperação com a direita, e colocar de pé um Comitê Nacional que exija das direções burocráticas do movimento de massas que construam uma greve geral com um plano de lutas para derrubar o governo e parar os ataques. Com a classe trabalhadora entrando em cena, podemos destravar sua força colossal e, como no Chile, começar a inverter a relação de forças, lutando para impor uma nova Constituinte, livre e soberana, onde possamos convencer as massas de que, para que exista um futuro, os trabalhadores precisam derrubar o capitalismo.

Leia nosso editorial: Greve geral para derrubar Bolsonaro, Mourão, os ataques e impor uma nova Constituinte




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