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RACISMO | "Essa histeria tem que ser contida", afirma Benjamin sobre luta contra racismo

O secretário de educação do Rio que no dia da consciência negra disse querer “que as raças se fodam”, volta a causar polemica nas redes sociais dizendo que aqueles que se indignaram com suas declarações racistas são “Manada” e “Desonestos”.

quarta-feira 22 de novembro de 2017 | Edição do dia

O secretário de educação do Rio que no dia da consciência negra disse querer “que as raças se fodam”, volta a causar polemica nas redes sociais dizendo que aqueles que se indignaram com suas declarações racistas são “Manada” e “Desonestos”.

As falas racistas do secretário da educação do Rio de Janeiro, Cesar Benjamin, parecem não ter fim e nem vergonha. Um dia após ter dito nas redes sociais“quero que as raças se fodam” e ter qualificado como “idiotice” a denúncia de racismo da atriz Tais Araújo no contexto do Dia da Consciência Negra, o secretário volta as redes sociais não para se retratar de suas postagens racistas, mas pelo contrário para chamar de “MANADA” e “DESONESTOS” todas as pessoas que se indignaram com sua atitude. Além é claro de chamar de “histeria racial” a luta do movimento negro e de todos aqueles que se colocam contra o racismo.

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    Para se justificar o secretário continua utilizando a ideologia racista que diz que o racismo não existe, ou seja, ideologia extremamente funcional para manutenção dos negros em condição de opressão e desigualdade. Em outras palavras, se utiliza dos malabarismos teóricos da “democracia racial” típicos da elite brasileira. Outra característica desse discurso é a absurda inversão das coisas como se o que causasse o racismo na sociedade brasileira fosse os próprios negros e negras que se afirmam enquanto tal, que tocam no assunto e que passam a combater o racismo. O problema do racismo não é a propagação pela grande mídia de um padrão de beleza hegemônico embebido na ideologia do branqueamento que visa massacrar a autoestima dos negros colocando seus traços, cabelos e características como ruins, feios ou motivo de piada. Não é a histórica desigualdade social que coloca grande parte da população negra nas piores moradias, nos mais pesados e precários postos de trabalho, ganhando salários menores, tendo acesso aos piores serviços de saúde, transporte e educação. O problema não é a cotidiana violência da polícia que tendo o negro como “suspeito padrão” abusa e assassina a população negra nas periferias do país.

    Na visão racista de Benjamin – que por sinal trabalha pela manutenção dessas condições - o que gera o racismo ou um dos principais problemas para combatê-lo seriam as pessoas que “racializam o país”, propagam a “histeria racial”, ou seja, justamente todas pessoas negras que após dolorosos e libertadores processos levantam seus blacks e se afirmam enquanto negras, o movimento negro, a esquerda e todos que lutam para de fato combater o racismo. Para o secretário o problema do racismo não é a realidade de opressão e desigualdade vivida pelos negros, mas sim que aqui “qualquer idiotice racial prospera”. Outro artificio do secretário é esconder num suposto nacionalismo seu medo e sua raiva dos negros e negras se afirmarem enquanto tal. Inclusive chega ao ridículo de dizer que a “histeria racial” foi criada e é propagada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos (que esteve por trás de Moro e da Lava Jato), como se por um lado houvesse interesses conspiratórios dos EUA em afirmar que o Brasil é um país racista e por outro enquanto brasileiros precisássemos nos afirmar enquanto “povo brasileiro” para nos defender.

    É realmente absurdo haver um secretário da educação que quando perguntado – em entrevista ao Estado de São Paulo - sobre que tipo de ação enquanto secretário tem tomado para evitar a discriminação nas escolas, tem a capacidade de responder a jornalista:

    “Pelo visto você foi capturada pela histeria racial, pois sua pergunta pressupõe que há discriminação em nossa rede, que você sequer conhece. Afinal o Brasil é assim, não é? Lamento decepcioná-la, mas não conheço nenhum caso que possa confirmar isso. [...]”

    O secretário da educação de Crivella é a cara hipócrita e racista da elite brasileira. Vale avisá-lo que o seu racismo vestido de hipocrisia será combatido e não passará!




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