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REPRESSÃO NA USP | Espancada pela PM, educadora da USP recebe apoio e solidariedade de pais e mães das Creches

A educadora infantil da Creche Oeste, Nani, foi violentamente reprimida pela força tática da Policia Militar de Alckmin e pela Polícia “Comunitária” que atua na USP (Koban) por ordem do Superintendente de Segurança da USP José Antonio Visintin e do Reitor Marco Antonio Zago, enquanto participava da manifestação pacífica em frente à Reitoria da USP.

quarta-feira 8 de março de 2017 | Edição do dia

Reconhecida pelo seu excelente trabalho e profissionalismo na educação de crianças, Nani fazia parte do grupo de trabalhadoras das creches e famílias que participavam com demais funcionários, estudantes e professores da manifestação convocada pelo Fórum das Seis contra a aprovação dos “Parâmetros de Sustentabilidade da USP”, a PEC do fim da USP, que pretende o congelamento de salários e benefícios e a demissão de mais de 5.000 funcionários até 2022.

Abaixo reproduzimos a nota de repudio à brutal violência que a Polícia Militar submeteu a educadora Nani e todos os professores, estudantes e funcionários presentes no ato, postada ontem pela Associação de Pais e Funcionários da Creche Oeste (APEF):

“Hoje, dia 7 de março de 2017, durante manifestação pacífica que acontecia em frente à Reitoria contra a votação no Conselho Universitário do documento “Parâmetros de Sustentabilidade Econômico-Financeira da USP”, Nani Figueiredo, professora da Creche Pré-Escola Oeste e profissional que é referência na educação infantil em todo o Brasil, foi covardemente agredida pela tropa de choque.

Nani participava da manifestação quando viu um dos trabalhadores sendo preso e pegou seu celular para filmar o evento. No mesmo momento, um grupo de policiais partiu para cima dela, arrastou-a para dentro da reitoria, jogou-a no chão, torcendo violentamente seu braço para algemá-la. Depois de imobilizada, os policiais deram cacetadas e chutes. Parte dos golpes atingiu sua cabeça. Os policiais pegaram seu celular e apagaram o vídeo que ela havia feito.

Outros manifestantes também foram covardemente agredidos, entre eles Diana Assunção, Secretária de Mulheres do SINTUSP, que tomou uma pancada de cassetete na cabeça e está no Hospital Universitário levando pontos. (Informações detalhadas podem ser acessadas na página do Sintusp, na página de Facebook dos Jornalistas Livres, Mídia Ninja e de outros canais da imprensa alternativa).

Neste momento, Nani está aparentemente “bem”, aguardando para ser atendida no Hospital Universitário. No entanto, as informações são desencontradas. A delegada da 93 DP – para onde Nani será levada - afirma que ela irá à delegacia para prestar depoimento como vítima, enquanto policiais que a aguardam sair do hospital dizem que ela terá de ser levada no carro de polícia.

No marco do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, manifestamos nossa absoluta indignação, nossa mais profunda preocupação com esse acontecimento que avilta a dignidade de uma das melhores professoras da educação infantil do Brasil, enquanto ela lutava pelos direitos das nossas crianças.

É inadmissível que a Universidade de São Paulo – que deveria adotar uma conduta exemplar no que diz respeito ao diálogo com a comunidade, ao respeito à educação e às mulheres – pratique tamanho ato de violência dentro de suas próprias dependências, agredindo duas mulheres (e outros vários manifestantes) em frente à sua própria reitoria. Como parte da Paralisação Internacional das Mulheres, amanhã, 8 de março, haverá uma concentração às 11h em frente à Creche Central, para um ato que seguirá até a P1.

APEF Creche/Pré-escola Oeste Gestão 2017”*

* Nani Figueiredo, assim como Diana Assunção, citadas na nota, saíram do Hospital Universitário ontem à noite, fizeram exame de corpo de delito e deram queixa na Delegacia de Policia sobre os abusos cometidos pelos policiais.




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