Um registro vazado de um quartel militar da Escola de sub-oficiais do Exército Chileno revelou uma homenagem a cinco guarda-costas que morreram no atentado contra o ditador em 1986.
quarta-feira 11 de setembro de 2019 | Edição do dia
Enquanto nesse fim de semana se desenvolviam no Chile as marchas e vigílias no Cemitério Geral para lembrar dos presos, desaparecidos e assassinados políticos durante a ditadura militar, um grupo de sub-oficiais do Exército realizou uma homenagem no interior de um quartel militar aos cinco guarda-costas que morreram no atentado contra Augusto Pinochet em 1986.
O fato ocorreu a poucos dias de se completar 46 anos do golpe de Pinochet, em 11 de setembro de 1973.
O fato veio a público após vazar um vídeo gravado no interior de um quartel militar no qual se vê um grupo de militares da escola de sub-oficiais dedicando uma homenagem sem permissão aos guarda-costas de Pinochet.
A homenagem não contou com a autorização da instituição, mas contou com o respaldo de políticos da direitista União Democrata Independente (UDI), como o senador Iván Moreira, que assegurou que as forças armadas tem “o mesmo direito” de manifestar-se que a esquerda ao “lembrar de seus mortos”
La Izquierda Diário (da rede a qual o Esquerda Diário faz parte, NdT) fez um diálogo com Dauno Tótoro, dirigente do Partido de Trabalhadores Revolucionários (partido irmão do MRT no Chile, NdT), que denunciou este acontecimento e a perpetuação da da herança da ditadura militar: “o pacto de transição entre os militares, a direita, a Democracia Cristã e a centro-esquerda em seu conjunto foi para manter a impunidade e em base a isso assentar as bases deste Chile autoritário e neoliberal. Através disto foi que instalaram o enorme poder que hojem têm os grandes empresários, esse poder que conquistaram em base à privatização dos direitos sociais, a privadização das empresas estatais, a privatização dos serviços mais básicos.”
