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ENTREVISTA COM A BANCADA | Entrevista: Diana, Letícia e Pablito falam como apoiar a Bancada Revolucionária de Trabalhadores

O Esquerda Diário entrevistou os três membros da Bancada Revolucionária de Trabalhadores, que é pré-candidata a vereador em São Paulo. Saiba como foi o lançamento e como apoiar e fortalecer essa campanha junto a eles.

terça-feira 15 de setembro de 2020 | Edição do dia

Sábado, 12, aconteceu o lançamento da pré-candidatura da Bancada Revolucionária de Trabalhadores. O evento aconteceu com a participação de 600 pessoas, das quais mais de 500 estavam simultaneamente conectados e algumas dezenas no espaço físico da Zona Oeste de São Paulo, seguindo todas as recomendações de distanciamento social. Participaram diversas de categorias de trabalhadores, além de estudantes, intelectuais e artistas. O Esquerda Diário entrevistou Diana Assunção, Letícia Parks e Marcello Pablito, que compõem a pré-candidatura da Bancada Revolucionária de Trabalhadores, para saber como os apoiadores podem se somar à essa campanha.

ED: Como vocês da Bancada avaliam que foi o lançamento?
Marcello Pablito: A campanha começou com bastante força. Participaram pessoas de muitas regiões de São Paulo, zona norte, sul, leste e oeste. Tinha professor, metroviário, bancário, aeronauta, trabalhador dos Correios, terceirizado, petroleiro, entregador de aplicativo, enfim, trabalhadores de muitas categorias, além de estudantes, intelectuais, enfim... Tinha gente de outras cidades também, que quiseram participar para conhecer melhor, saber como ajudar, se somar na campanha junto com a gente. A gente acha que isso é muito importante. É um ótimo jeito de começar uma campanha, que vai empolgar muita gente pelos próximos dois meses. Então foi um pontapé cheio de entusiasmo, com relatos emocionantes de trabalhadores, apoios imprescindíveis que com certeza são parte de fortalecer uma voz revolucionária dos trabalhadores nessas eleições.

ED: Politicamente, o que vocês quiseram expressar com esse lançamento?
Diana Assunção: É a primeira eleição desde a que elegeu Bolsonaro e é uma eleição que acontece em meio a uma pandemia. Isso se soma ao grande peso que São Paulo já tem nacionalmente. Então eu e os meus companheiros da Bancada não vemos essa eleição como mais uma. Realmente ela tem destacada importância. Enquanto falamos isso, quantas pessoas estão morrendo por covid, sem atendimento adequado? Ou quantas jogadas à própria sorte, rodando nas ruas fazendo entregas sem ter direito a EPI, sem segurança e direito nenhum? Se a crise econômica já era grande, agora na pandemia as coisas pioraram muito rápido para os trabalhadores e o povo pobre. E todo esse cenário foi construído pelo governo Bolsonaro, pelo PSDB aqui em São Paulo, e resultado de políticas de capitalistas que sugaram tudo o que puderam dos serviços públicos.

Marcello Pablito: Principalmente com o golpe, passaram várias reformas como a da previdência, MPs, destruíram a CLT e promoveram cortes e mais cortes. Então o que eu e meus companheiros da Bancada buscamos expressar com esse lançamento é que o momento é histórico, a crise se agrava rápido e que as eleições devem ser encaradas como uma oportunidade para levantar e fortalecer a voz dos trabalhadores, das mulheres, dos negros, dos LGBTs e de todos os explorados e oprimidos para inverter essa correlação de forças. E, para fazer isso, não tem outra alternativa senão lutar pra interromper essa barbárie promovida por Bolsonaro, pelos golpistas e pelos capitalistas, para fazer com que essa crise seja paga por eles, e não pelos trabalhadores.

ED: Mas qual o diferencial dessa candidatura?
Diana Assunção: Assim como outras candidaturas, também colocamos como nossos inimigos Bolsonaro e a extrema direita, devido a todo o seu histórico reacionário ligado ao que tem de mais podre nesse regime político e por suas políticas que despejam toda a crise nos mais pobres, rifando vidas. Entretanto, o principal diferencial da Bancada Revolucionária de Trabalhadores é que vemos que a luta das e dos trabalhadores contra toda essa política de Bolsonaro deve ser a mesma luta contra a direita (e aqui destacamos o PSDB de Doria e Covas) e contra os golpistas do regime político que pagam de “oposição”, mas possuem o mesmo projeto político, apoiam as mesmas reformas, governam para os mesmos interesses empresariais. Rodrigo Maia, o STF, a Globo, João Doria, Bruno Covas, Celso Russomanno, Joice Hasselmann… essas figuras não têm nenhuma moral para se colocar contra Bolsonaro, e inclusive até ontem estiveram de mãos dadas com ele.

Letícia Parks: Nós rechaçamos todas essas supostas “alternativas” de frente ampla, tal como apoia o PT e os partidos de esquerda que acham que é possível defender os direitos dos trabalhadores ao lado de figuras golpistas e de grandes empresários, que nunca vão defender nossos interesses, demonstram isso todos os dias. Nós acreditamos somente na força dos trabalhadores e esse é o principal diferencial. Além disso, o segundo mais importante diferencial é que dizemos claramente que é preciso superar o PT, com um programa de esquerda, de trabalhadores que se coloca numa perspectiva revolucionária, socialista, o que o PT nunca quis. Não só não quis essa perspectiva revolucionária, como foi quem governou o capitalismo por 13 anos e promoveu inédito lucro dos banqueiros, favoreceu empreiteiras, se aliou com o que tinha de mais podre como o próprio PMDB e fez avançar como nunca até então o trabalho precário. É preciso superar o PT. O que nos diferencia das demais alternativas é que somos contra o capitalismo, e pra isso levantamos um programa que se choca com os lucros, com os interesses patronais, e fazemos isso com uma força militante real, muito para além das eleições, mas também queremos expressar isso neste terreno. Sem uma perspectiva revolucionária, socialista, não é possível atacar os lucros. E, em tempos de crise, fica claro que não é possível defender o interesse de todos, é preciso escolher um lado, e nós escolhemos: junto aos entregadores de app, às professoras com duplas jornadas de trabalho, aos trabalhadores dos Correios em greve, aos petroleiros que lutam contra a privatização.

ED: E, para encerrar, como é possível construir essa candidatura junto com vocês?
Letícia Parks: São várias as formas de contribuir. Primeiro: todo trabalho de divulgação dessas ideias nas redes sociais tem sido fundamental e é cada vez mais bem vindo. Nos fortalece e nos ajuda muito cada compartilhamento com os amigos, familiares, colegas de trabalho e vizinhos. Cada vídeo que recebemos declarando apoio à Bancada é recebido com entusiasmo, portanto, diria para que enviem seus vídeos de apoio e façam parte de nossas listas de transmissão!
Segundo: temos recebido mensagens de trabalhadores que estão buscando construir reuniões de apresentação da Bancada em suas regiões, e isso tem sido fundamental para expandir essas ideias revolucionárias. Estamos dispostos a seguir construindo esse tipo de atividade. No seu bairro há pessoas interessadas nessas ideias? Nos convide, iremos até lá debater com todo mundo! Assim também vamos promover panfletagens, seguindo todas as recomendações de distanciamento social, evidentemente.
Terceiro: nós também estamos com uma vaquinha online para arrecadação financeira, para nos ajudar nessa empreitada, já que o regime político impede aqueles que não têm dinheiro de participar. Então nos ajudem, doem, divulguem essa vaquinha. É com esse tipo de contribuição que vamos conseguir erguer essa campanha e fortalecer essa perspectiva revolucionária de trabalhadores. Todo apoio é bem vindo e estamos abertos às propostas mais criativas que possam surgir. Entrem em contato com a Bancada através do nosso site: www.bancadarevolucionaria.com.




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