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MARIELLE | Entidades convocam ato ’Quem mandou matar Marielle’ neste dia 14 em São Paulo

terça-feira 10 de março de 2020 | Edição do dia

Nesse mês de março, no dia 14, completarão dois anos do assassinato de Marielle Franco, um crime que se escancara como uma ferida aberta do golpe institucional. O assassinato da vereadora do PSOL e de seu motorista, Anderson Gomes, se insere no contexto de aumento do autoritarismo e aponta as ligações do alto “escalão” do estado brasileiro com forças paramilitares como as milícias e o crime organizado. Esta face autoritária e repressiva que o estado brasileiro sempre teve, e que se tentou manter escondida, vem acompanhada com ataques aos direitos democráticos das mulheres, dos negros, LGBTs e da classe trabalhadora. Em São Paulo, a manifestação com o mote Quem mandou matar Marielle? – 2 anos de luto e luta por justiça ocorrerá no 14/03, com concentração às 17h na Praça do Ciclista.

Dizemos que o Estado é responsável em primeiro lugar por nos deixar com dois anos sem resposta sobre quem mandou matá-la, apontando os suspeitos de ser a mão que a executou, sem dizer nem mostrar interesse em se investigar quem foram os mandantes. Na data de 14 de março, ocorrerão atos em diversas cidades do país, nas principais capitais. Em São Paulo o ato está sendo construído democraticamente por diversas entidades. O Quilombo Vermelho e o Pão e Rosas estão sendo parte desta construção ampla, para fazer um chamado massivo para este ato, exigindo Justiça por Marielle e Anderson.

Entidades na reunião do 8 de Março convocam o ato Quem Mandou Matar Marielle para o dia 14.

Graziele, professora da Rede Estadual de São Paulo integrante do Grupo de Mulheres Pão e Rosas, que esteve nas reuniões, declarou ao Esquerda Diário que “Temos a tarefa de não tirar as conclusões dos dois anos sem a resposta para a pergunta Quem mandou matar Marielle? E a conclusão é que não podemos depositar confiança nesta justiça, na polícia e no Ministério Público, que já demonstraram que tem interesses próprios nesta investigação. É preciso exigir que se investigue até o final, se responda a pergunta de quem foram os mandantes, e isso só pode ocorrer com a mobilização dos oprimidos e explorados mostrando ao Estado que não haverá impunidade. Junto à isso, defendemos que é importante levantar a constituição de uma comissão paralela à investigação oficial, com juristas, organismos de direitos humanos, investigadores e peritos, representantes dos movimentos sociais etc, que tenham livre acesso aos autos e às provas e poder de fiscalização e de investigação, para que não se saia impune este crime.”

O Pão e Rosas veio intervindo nas reuniões que ocorreram para a construção do ato mostrando a importância desse espaço e a construção de uma unidade pela justiça a Marielle e Anderson, mostrando que esse assassinato antecipou um choque à direita nas relações raciais que depois se aprofundou com a eleição de Bolsonaro. Este golpe que ainda segue se desenvolvendo hoje no governo Bolsonaro e o avanço do seu autoritarismo contra os direitos democráticos da população, em que também se articulam um conjunto de setores para poder aprovar ataques cada vez mais duros contra a classe trabalhadora, principalmente os setores mais oprimidos como as mulheres, os negros e os LGBTs; setores que a Marielle representava em sua militância enquanto mulher, negra, LGBT e mãe.

Também como forma de construir essa mobilização por #JustiçaParaMarielle, a Juventude Faísca lançou um chamado amplo para que as entidades estudantis e centros acadêmicos construam de forma unificada uma campanha entre os estudantes, que mobilize a energia desse setor que já foi ponta de lança da resistência contra o governo miliciano de Bolsonaro.

Nós do Pão e Rosas, do Quilombo Vermelho, e do Esquerda Diário defendemos a política de ocupar as ruas por justiça para Marielle e Anderson, defendendo a necessidade de ter uma investigação independente, ainda que sob responsabilidade do Estado, mas coordenada por juristas, organismos de direitos humanos, investigadores e peritos, representantes dos movimentos sociais etc, pois não podemos ter confiança na Justiça burguesa que quer criminalizar a juventude negra, e que não julga realmente os assassinatos desta juventude que é morta pela polícia e que aumenta cada vez mais.




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