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PRECARIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO | Ensino remoto aprovado pela UFRGS é rechaçado por 52% dos estudantes das particulares do RS

Enquanto a UFRGS aprova aplicação do Ensino Remoto que prejudicará principalmente os estudantes negros, indígenas e pobres, uma pesquisa divulgou que mais de 52% dos estudantes das redes particulares de Ensino Superior do estado consideram que o aprendizado piorou com a aplicação do modelo.

quarta-feira 29 de julho de 2020 | Edição do dia

Uma pesquisa realizada pela instituição de crédito universitário PraValer, que estuda a situação dos estudantes do Ensino Superior durante a pandemia. Nesta terça (28) foram divulgados dados que mostram que na rede particular, mais de 52% dos estudantes do estado do Rio Grande do Sul consideram que a qualidade de ensino piorou desde a aplicação do Ensino Remoto Emergencial. A maioria das universidades e faculdades particulares com aulas presenciais de todo o país aderiram desde o início da quarentena ao Ensino Remoto.

Os dados da pesquisa é divulgado um dia após a UFRGS aprovar a aplicação do projeto na universidade. O projeto foi aprovado com toda uma demagogia que o semestre que está parado desde o início de março, deve continuar com qualidade para a formação dos alunos, mas o que os estudantes das particulares colocam na pesquisa é completamente ao contrário. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta manhã, o reitor Rui Opperman, afirma que o “prejuízo do atraso será compensado de tal maneira que o estudante tenha garantido seu direito ao estudo e uma formação qualificada”; o ERE foi aplicado sem garantir as mínimas condições possam ter para essa “formação de qualidade” que o reitor alega. Os auxílios que a universidade está oferecendo para os estudantes poderem ter internet e os equipamentos necessários para o estudo são com valores extremamente baixos; como o auxílio de 360 reais para a compra de um tablet para estudantes que não tenha equipamento para ter o acesso remoto. Esse valor é muito abaixo do preço que o produto tem no mercado hoje.

Como já denunciamos anteriormente no Esquerda Diário é excludente e racista, pois irá aprofundar ainda mais aprofundar ainda mais a evasão dos estudantes que não tem as condições nem materiais e nem mentais para acompanhar as aulas em um momento que não é nada normal como é essa pandemia que já matou somente no Brasil mais de 88 mil pessoas. é racista pois justamente a maioria dos estudantes que não terão essas condições, são os estudantes negros, indígenas e pobres. Esse projeto é totalmente elitista, e tende aprofundar esse elitismo com a precarização e a exclusão dos estudantes negros, como a reitoria vem já fazendo com os indeferimentos dos cotistas desde 2017.

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Tal projeto foi aprovado sem que os estudantes pudessem decidir a respeito do tema, com questionários online que boa parte sequer respondeu. A universidade pública deveria estar a serviço do combate à pandemia, colocando toda sua estrutura científica, todos seus recursos humanos e materiais a serviço de salvar vidas. Isso significa colocar a universidade a serviço da classe trabalhadora e do povo, que são os que mais estão sofrendo as consequências dessa crise. E nesse sentido que viemos colocando através do Esquerda Diário junto com a juventude Faísca, e os centros acadêmicos do Teatro e das Artes Visuais da UFRGS (CADi e CATC) a necessidade um plebiscito para que o conjunto da comunidade acadêmica e, particularmente, os estudantes, pudessem ser parte de decidir seu próprio futuro. Também desde os CAs das artes na UFRGS foi articulado um abaixo assinado com mais de 500 assinaturas contra o ERE e pelo direito de construção de uma outra proposta. Seguiremos enfrentando isso, mesmo após sua votação, denunciando cada caso de estudante que perderá sua matrícula, denunciando a situação de exclusão que é colocada principalmente às e aos cotistas, negros e de baixa renda com o ERE.

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