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Enquanto preço do botijão de gás dispara, cartel paga para encerrar investigação no Cade

No Distrito Federal o botijão de gás chegou a R$ 73,93, numa alta de 7,41% (somente de maio a julho). Enquanto isso, a Copagáz, investigada por formação de cartel no setor, encerrou a investigação com o pagamento de uma multa, o quarto acordo firmado desde 2016.

quarta-feira 22 de agosto de 2018 | Edição do dia

Por todo o país a explosão do preço do gás vem se fazendo sentir, principalmente entre as famílias mais pobres que sentem mais o impacto do aumento no orçamento. Em julho, no mês seguinte a greve dos caminhoneiros, o Distrito Federal foi a região que registrou a maior alta, de 7,41%, com preço ficando em R$ 73,93 o botijão, e chegando até R$ 85, segundo a ANP.

Mesmo diante desse quadro, de forma absurda o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) assinou acordo nesta quarta-feira, 22, com a empresa Copagaz em processo que apura suposto cartel no mercado de distribuição de gás de cozinha (GLP) no Distrito Federal e outras localidades do Centro-Oeste. A empresa pagará multa de R$ 2,2 milhões para encerrar a investigação.

O acordo é o quarto firmado no processo instaurado em 2016, mostrando como a agência reguladora não é nenhum obstáculo para as empresas monopolistas que lucram em cima da necessidade das pessoas. Também fecharam compromissos e pagaram multas as empresas Supergasbras (R$ 7,4 milhões), Liquigás (R$ 2,9 milhões) e Ultragaz (R$ 2,1 milhões).

Em Pernambuco, a alta do gás - o estado possui o botijão mais caro do país - levou com que as famílias improvisassem soluções que provocaram o aumento do número de acidentes domésticos envolvendo álcool de cozinha, mostrando como a crise descarregada sobre os trabalhadores, com o aumento do custo de vida, custa vidas.

Por isso defendíamos durante a greve dos caminhoneiros, que não incluíam entre suas pautas o gás de cozinha e a gasolina apenas o dieesel, que somente uma Petrobrás gerida pelos próprios petroleiros e sob gestão popular poderia solucionar a crise de combustíveis do país. Enquanto os bens forem produtos para assegurar o lucro dos empresários e não a satisfação das demandas populares, os valores das multas continuarão importando mais do que as vidas ceifadas pelo capitalismo.




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