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SAÚDE | Enquanto pobres morrem nos hospitais, Crivella anuncia dar 100 Mi para empresários das OSs

Crivella contradisse membros de seu próprio governo e anunciou 100 milhões para Organizações Sociais (OSs). Essas empresas que teoricamente não tem fins lucrativos gerem diversos serviços de saúde no Rio de Janeiro.

quinta-feira 10 de janeiro de 2019 | Edição do dia

Imagem: PRB

Em meio a uma crise profunda no sistema de saúde pública do município do Rio de Janeiro a Secretaria de Saúde da prefeitura do bispo Crivella anunciou na última segunda-feira (9) que não haveria recursos para as Organizações Sociais (OSs), um dia depois o prefeito contradizendo os integrantes de seu próprio governo, disse que liberaria 100 milhões de reais para as mesmas.

A confusão é tanta que a prefeitura do Rio, atualmente sob comando de Crivella (PRB - RJ), não informou ao funcionalismo municipal a previsão do calendário de pagamentos dos funcionários.

As dúvidas e incertezas revelam uma contradição instalada na prefeitura de Marcelo Crivella, de um lado a Secretaria de Saúde alegando a falta de recursos e de outro um prefeito afirmando que há milhões de reais que podem ou não ser investidos no sistema público de saúde. Fato é que trabalhadores e trabalhadoras continuam morrendo nas filas dos hospitais e hospitais como Pedro II, Albert Schweitzer e outras unidades de saúde geridas pelas OSs seguem sem médicos, equipamentos e materiais.

No ano de 2018, o valor inicial para gastos em saúde era de R$ 5,87 Bi, mas foi contingenciado para R$ 5,34 Bi e no final de contas, Crivella gastará apenas R$ 4,95 Bi. Um corte de mais de 90 milhões. No Hospital Pedro II gerido por uma OS, Paula José da Silva pariu no corredor pela falta de atendimento e pacientes estiveram semanas sem banho e nem comida.

Não bastasse a falta de respeito com os trabalhadores cariocas, Crivella ainda teve a cara de pau de pedir “paciência” para quem depende da precária saúde municipal. Mas não poderíamos esperar muito de um prefeito que governa com os capitalistas e contra os trabalhadores, que demite milhares de agentes públicos de saúde, que permite uma fila de espera de 330 mil pessoas que aguardam por atendimento, cirurgias e exames de todos os tipos. Apesar das Organizações Sociais teoricamente não terem fins lucrativos, os contratos firmados entre as empresas e o estado, que significam os únicos comprovantes do tipo de acordo firmado entre eles, é pouco transparente e de difícil acesso, o que levanta suspeitas graves sobre a não lucratividade do negócio.

Os trabalhadores e a juventude que dependem do sistema de saúde municipal não sabem por mais quanto tempo tem que esperar para ser atendidos ou ter seus exames realizados. A contradição dos depoimentos de Crivella e da Secretaria de Saúde quanto aos investimentos nas OSs apenas mostram algo que há muito tempo os setores mais pobres do Município do Rio já sabem: o prefeito nunca quis “cuidar” da população carioca e que para líderes evangélicos e pastores obterem facilidades no sistema de saúde basta “falar com a Márcia".




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