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CARESTIA | Enquanto famílias passam fome com altas nos alimentos, Bolsonaro pede patriotismo a empresários

Enquanto os preços de alimentos da cesta básica sobem cerca de 28% nos últimos dias, Bolsonaro dialoga com empresários, fazendo demagogia ao pedir patriotismo ao mesmo tempo que anuncia redução pela metade do auxílio emergencial.

terça-feira 8 de setembro de 2020 | Edição do dia

Na última sexta-feira, dia 4, o presidente jair Bolsonaro foi conversar com associações de supermercados, pedindo “patriotismo” aos empresários. O presidente ainda disse que não ia “tomar decisões com canetadas”, causando um inevitável sentimento de “quem te viu, quem te vê”, quando lembramos que o mesmo iniciou seu governo não só dando canetadas, como fazendo isso contra os direitos dos trabalhadores, como foi no caso da Reforma da previdência, um dos primeiros e mais importantes ataques do governo, assim como a recente MP 936, que permitiu a redução dos salários em meio a pandemia.

Como já relatado aqui no Esquerda Diário, os preços de alimentos básicos sofreram um aumento de 28%, isso enquanto Bolsonaro anunciava a redução pela metade do auxílio emergencial. Alguns alimentos como o arroz, sofreram uma alta ainda maior, chegando a R$ 40 o pacote de 5 quilos, o que representa uma alta de 64% nos últimos 3 meses e 100% em doze meses.

Vendo a possibilidade de abalo na sua base eleitoral, que aumentou entre os setores precários em decorrência do mesmo auxílio, o presidente fez demagogia ao falar de patriotismo com os patrões, e até mesmo pedir que os preços se mantenham na menor taxa de lucro, uma vez que a sede de lucro dos latifundiários que estão se beneficiando das exportações de seus produtos e matérias primas, em alta no último período, é um dos fatores dessa alta.

Uma vez que o real esteja extremamente barato, fruto da profunda crise econômica que assola o mundo inteiro, casada com a já conhecida política de submissão do governo ao imperialismo, é mais lucrativo para os empresários a exportação em massa desses produtos, deixando pouquíssimos produtos para as famílias brasileiras, o que significa aumentos escabrosos nos preços que os próprios brasileiros pagam nos alimentos mais básicos. É esse o patriotismo de Bolsonaro? A produção capitalista mais uma vez mostra sua irracionalidade, quando o mercado ao invés de abastecer aqueles envolvido em sua produção se volta ao exterior para atender o único princípio que o capitalismo conhece: o lucro.

De um lado, o governo corta o auxílio e aprofunda a política de submissão ao imperialismo dos EUA, de outro, diz evitar canetadas e praticamente pede por favor aos patrões que não aumetem tanto os preços para tentar sustentar ao menos uma parte da sua base. Enquanto ele segue balanceando sua política ao gosto do empresariado e do imperialismo, são as famílias precarizadas e desempregadas que encaram de frente a possibilidade de sequer ter como comprar alimentos, atualizando o nível de degradação da vida no país.

É um absurdo completo que em meio a uma pandemia os empresários escolhem aumentar seus lucros em detrimento da alimentação e da vida dos brasileiros, a demagogia de Bolsonaro, completamente dócil para com os patrões, não serve para garantir o mínimo para a população. Se faz urgente que se congele os preços no valor anterior à alta, bem como a garantia de salário e empregos para os trabalhadores e o imediato aumento do auxílio emergencial, que mais do que nunca representa migalhas deixadas aos pobres enquanto os patrões seguem lucrando.




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