×

Enquanto Bolsonaro prega golpe, estados chegam perto do colapso com lotação de leitos

Na tarde de domingo (19), enquanto Bolsonaro discursava pró-golpe e seguia negando a gravidade do Covid-19, a ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) por pacientes infectados pelo coronavírus se aproxima do colapso.

segunda-feira 20 de abril de 2020 | Edição do dia

São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e Pernambuco são os estados onde os números de casos confirmados e de mortes pela Covid-19 somam os mais altos no país. Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, são cerca de 26,7 mil pessoas infectadas e 2 mil óbitos, sendo que destes óbitos, mais da metade ocorreram no estado paulista.

Na cidade do Rio, a ocupação dos leitos de UTI disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegou, ontem, a 94%. No estado, considerando todos os tipos de atendimento, as vagas ocupadas dos leitos de enfermaria era de 60% e da UTI de 74%. Na rede estadual do Rio, a maior lotação está atualmente no Instituto Estadual do Cérebro, com 90,9% de ocupação das UTIs, seguido pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto, com 66,6% dos leitos ocupados.

No estado de São Paulo, onde há o registro de mais de mil mortes pela Covid-19, há 5 hospitais com alta lotação nas UTIs. O Instituto de Infectologia Emílio Ribas (na capital), sendo o primeiro na lista, tem a ocupação de 100% dos leitos de UTI e 96% dos leitos de enfermaria. A situação chegou a esse nível na semana passada e assim continua até ontem, segundo o jornal O Globo. O Hospital das Clínicas (na capital) está com 90% dos leitos de UTI ocupados, todos eles com pacientes com Covid-19. Essa ocupação cresceu desde sexta-feira, quando o índice de lotação era 84%. Já os leitos de enfermaria tiveram a taxa de ocupação decrescida, na sexta-feira era de 50% e ontem já tinha um índice de 21%. O Hospital Estadual Mário Covas (na Grande São Paulo) está entre os três hospitais com os maiores índices de ocupação de leitos, sendo as taxas 89% na UTI e 56% na enfermaria, segundo dados de sexta-feira.

Já no estado do Ceará, o sistema de atendimento está no limite, e pacientes graves estão sendo contabilizados em filas para aguardarem vaga em UTI. Na sexta-feira, havia 38 pessoas nessa condição. No Hospital Leonardo da Vinci, em Fortaleza, de 28 vagas em UTI, apenas 2 estavam disponíveis na noite de ontem, segundo IntegraSUS. O Hospital Batista Memorial, que é privado mas teve a gestão assumida pelo governo estadual e está atendendo via SUS, também já lida com o esgotamento das vagas de leito.

No estado da Amazônia, 90% do total de leitos estavam ocupados desde quinta-feira, segundo o governo do estado. O Hospital de Retaguarda da Nilton Lins, em Manaus, foi aberto e passou a ser utilizado como unidade de referência. No entanto, a unidade não consegue garantir nem a segurança dos próprios funcionário, pois há falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), medicamentos e equipamentos para a estruturação de leitos.

Frente a calamidade que se alastra pelo sistema de saúde nacionalmente, com o colapso da capacidade de atendimento, Bolsonaro insiste na retórica da volta a “normalidade”, que, na prática significa milhares de pessoas infectadas sem condições de sequer serem atendidas.

Para não ser os trabalhadores e os mais pobres a pagarem por esta crise com suas vidas, é necessária a disponibilização de testes massivos, materiais de prevenção, ampliação de leitos e respiradores à toda a população, assim como proibir as demissões e garantir o pagamento de R$2.000,00 a cada trabalhador desempregado ou que não esteja recebendo para garantir sustento a todos. Tais medidas não são do interesse de Bolsonaro e sua laia de ministros reacionários que querem que a população seja bucha de canhão nessa crise para garantir o lucro dos grandes empresários.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias