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Enfermeira morre sem acesso a respirador, enquanto Witzel superfatura e leva calote de equipamentos

Marluce Barcelos Gomes, enfermeira de 72 anos que seguia trabalhando, mesmo sendo do grupo de risco, faleceu sem sequer ter acesso a um respirador no próprio hospital em que trabalhava. Enquanto isso, governo do RJ comprou 300 equipamentos que não foram entregues pela empresa.

terça-feira 5 de maio de 2020 | Edição do dia

Foto: Hospital Federal do Andaraí

Profissionais da saúde seguem trabalhando em situações cada vez mais precárias, correndo sérios riscos de contaminação pelo COVID-19. Sem o direito a EPIs, descanso ou liberação do trabalho para aqueles que pertencem ao grupo de risco, estão sendo obrigados a assumir a total responsabilidade pelo atendimento de pacientes sem proteção efetiva. Se desdobram para salvar vidas e não possuem o mínimo de proteção para que possam proteger suas próprias vidas.

Marluce Barcelos Gomes trabalhava no Hospital de Andaraí, na zona norte do RJ. Depois de apresentar sintomas leves no início, seu quadro se agravou e precisou ser transferida para um hospital em Niterói devido a falta de respiradores, mas não resistiu e morreu no último domingo (03).

Enquanto isso Witzel levou um golpe de uma empresa que diz não saber onde estão os 300 respiradores comprados sem licitação e com dinheiro antecipado pelo governo. O governo do RJ comprou 300 respiradores, no valor de R$56,2 milhões, que seriam destinados a paciente com Covid-19, mas nenhum dos equipamentos até o momento foi recebido.

Veja mais: Onde estão os respiradores? Witzel paga R$ 56,2 milhões para empresa que não entrega equipamentos

O Estado do Rio já declarou que o seu sistema de saúde está muito perto de entrar em colapso, publicando assim um protocolo que orienta quem são os pacientes que terão leitos e atendimentos negados, ou seja, quais pacientes podem ser deixados para morrer. Ao invés de investirem para a ampliação dos leitos, derrubar licitações e girar a indústria nacional para a fabricação de respiradores e todos os produtos necessários para combater essa pandemia e tratar a população, o Estado prefere assinar um protocolo da morte para a população. Witzel, governador do RJ, pode divergir nas palavras com Bolsonaro, mas se alinham quando o quesito é deixar a população morrer.

Veja mais sobre o protocolo: Com a falta de leitos e respiradores, Rio faz protocolo para escolher quem vive ou morre

O Conselho Federal de Enfermagem entrou na justiça e a Vara Federal decidiu pelo afastamento de todos os profissionais da enfermagem acima 60 anos da linha de frente dos atendimentos. Entretanto, isso não protege por completo esses trabalhadores, e ainda não assegura o mesmo para outros profissionais da saúde, sendo ainda pior por não englobar as trabalhadoras e os trabalhadores terceirizados, que seguem trabalhando sem proteção alguma pondo todos os dias suas vidas e de seus familiares em risco.

É preciso ampliação do número de leitos, fabricação nacional de todos os produtos e itens necessários para essa guerra contra o COVID-19, afastamento remunerado para todos que pertencem ao grupo de risco, distribuição em massa de máscaras e álcool gel, pagamento efetivo de um auxílio para famílias de baixa renda, dentre outras medidas. Não esquecendo sempre que a maior exigência é a de testes massivos para a população, pois somente assim essa pandemia poderá ser combatida racionalmente.




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