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VACINA PROS RICOS | Empresários querem comprar milhões doses da vacina para suas famílias

Empresas privadas negociam autorização com o governo para comprar 33 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca. Metade das vacinas iriam para familiares e funcionários das empresas.

segunda-feira 25 de janeiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Justin Tallis/AFP

Empresários brasileiros estão negociando a importação de vacinas com o Ministério da Saúde. Segundo o acordo em andamento, metade dos imunizantes iria para funcionários e familiares das companhias que fazem parte da negociação e o restante seria doado para o SUS.

Um texto que circula entre empresários cita, ao menos, 12 grandes companhias que estariam no grupo inicial para adquirir a vacina: Vale, Gerdau, JBS, OI, Vivo, Ambev, Petrobrás, Santander, Itaú, Claro, Whirlpool e ADN Liga. A ideia é aumentar o número de empresas e incluir quem tiver interesse. Cada uma receberia o equivalente ao que comprou.

Porém, sabemos que seria muito mais efetivo para o combate à pandemia se capacidade de produção dessas empresas fossem reconvertidas para a produzir vacinas, respiradores e insumos.

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No início do mês, o ministro de Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a prioridade seria o SUS e “uma vez supridas” as demandas do sistema, as empresas poderiam comprar vacinas disponíveis. Segundo empresários, o governo sinalizou que liberaria a importação. Ao ser procurado, o Ministério da Saúde não respondeu.

No início deste mês, Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde, afirmou que a prioridade para a distribuição das vacinas seria do SUS e "uma vez supridas" as demandas, as empresas poderiam comprar. Porém, vemos que, hoje, o número de vacinas enviado aos estados é extremamente insuficiente para garantir a vacinação do grupo prioritário. O Brasil não possui vacina nem para metade dos trabalhadores da saúde e nem para 99,5% de idosos.

Segundo os empresários, o governo sinalizou que autorizaria a compra. O Ministério da Saúde não respondeu.

É necessário imediatamente um plano científico de vacinação que dê condições à imunização universal da população, e não apenas de uma parte mínima dela, como querem Bolsonaro e os governantes.

Sabemos que os trabalhadores da saúde, junto aos da metalurgia, da logística, etc., se possuíssem em suas mãos o controle da economia e das pesquisas, poderiam organizar com êxito todas as condições para a execução de um plano racional de imunização universal. Por isso defendemos que controlem a produção e a distribuição da vacina. Se os governantes são incapazes de garantir o básico, como demonstram na prática, que sejam os trabalhadores os que tomem nas mãos essa tarefa, organizados pelos sindicatos, e garantam a disponibilização universal da vacina a todos. Da mesma forma, nos colocamos contra todo tipo de método autoritário e policialesco de imposição da vacina, como propõe o STF, que quer demitir por justa causa quem se recusar a tomar a vacina.




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