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Greve Global Pelo Clima | Emilly: Como trotskistas precisamos recuperar o legado revolucionário ecológico dos bolcheviques e repudiar o stalinismo

Emily, coordenadora geral do Centro Acadêmico de Ciências Sociais Marielle Franco da UFRN, falou na Plenária Aberta da Faísca sobre o legado reacionário do stalinismo para o marxismo revolucionário e na relação com o meio ambiente, e a necessidade de, como trotskistas, recuperarmos o legado ecológico dos bolcheviques.

sábado 25 de setembro de 2021 | Edição do dia

Joecy Maia, Erika Thuanny e Emilly Vitória, coordenadoras do CACS Marielle Franco da UFRN na manifestação da Greve Global Pelo Clima em Natal/RN

Confira a fala na integra de Emily na Plenária aberta da Faísca para discutir o manifesto O capitalismo e seus governos destroem o planeta: destruamos o capitalismo!

“Boa tarde, gente, eu sou Emilly, sou coordenadora geral do CACS da UFRN, sou militante da Faísca e inicialmente eu queria debater com uma das ilusões que estão colocadas para minha geração, além da questão lulista, há também uma tentativa de reativar o stalinismo e seu socialismo em um só país como uma estratégia contraposta à extrema direita. Aqui no Rio Grande do Norte a gente lida com isso no nosso curso com a UP e com o PCB, na gestão do DCE com a própria UP e o Juntos, que passam um pano absurdo para o stalinismo.

E eu quero abordar como isso se conecta com resgatar os fios de continuidade do marxismo revolucionário. A união soviética é retratada como ecocida pela mídia burguesa, pela Netflix com a série Chernobyl e suspeitosamente não tinha nem sombra de stalinista na manifestação pelo clima ontem aqui em Natal, mas a realidade é que os primeiros anos da união soviética foram de importantes conquistas para a ecologia, assim como para as mulheres.

O objetivo dos bolcheviques de poder emancipar a humanidade se dava na reflexão do metabolismo da humanidade com o planeta, e sob o lema “O proletariado vive e produz na biosfera” havia dezenas de membros de um movimento ecologista ao lado de Lênin.

Ademais, John Bellamy Foster sinaliza na sua obra A ecologia de Marx: materialismo e natureza, que Lênin instituia que o trabalho humano não poderia simplesmente substituir as forças da natureza, por isso era essencial a exploração racional do meio ambiente ou a gestão científica dos recursos naturais de acordo com os princípios da conservação, e na sua qualidade de dirigente da revolução, argumentava em defesa da "preservação dos monumentos da natureza." Mas com o primeiro Plano Quinquenal, baseado na exploração acelerada das ricas fontes de energia, minerais e matérias primas do país, este significou um giro de 180º a respeito da política econômica dos sete anos anteriores, e baseado na resistência do campesinato à coletivização forçada, os conservacionistas, defensores da natureza, passaram a ser vistos e perseguidos como "inimigos da revolução", assim como cada qual que se opusesse as barbaridades stalinistas que significaram na ecologia tragédias como a de Chernobyl. Sendo assim, nós enquanto trotskistas e revolucionários devemos lutar em conjunto com toda a classe trabalhadora e todos os povos oprimidos e explorados para destruir o capitalismo e por um projeto de sociedade comunista de produtores livremente associados, que possa de fato enfrentar a crise ambiental e coexistir em harmonia com a natureza, respeitando os limites biofísicos do nosso planeta e é nosso dever tornar possível que as futuras gerações desfrutem em toda a sua plenitude das coisas mais belas da vida e do mundo.”




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