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VOTAÇÃO NA CÂMARA | Emendas de Bolsonaro para comprar deputados dariam 1,6 milhões de cilindros de oxigênio

Diante da disputa pelos comandos da Câmara e do Senado, o governo abriu o cofre e destinou R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores aplicarem em obras em seus redutos eleitorais. As negociações estão sendo comandadas pelo articulador político do Planalto, Luiz Eduardo Ramos.

segunda-feira 1º de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Marcos Corrêa/PR

Após divulgação de uma planilha interna de controle de verbas, obtida junto a interlocutores do governo, com 71 páginas e descrições de propostas de contratos que foram indicados pelos parlamentares, foram constados nomes de 250 deputados e 35 senadores contemplados. Os deputados e senadores buscam verbas federais para aumentar a influência em seus redutos e garantir a reeleição nas urnas, e com os recursos passam a ter liderança em relação a prefeitos e outros chefes políticos locais.

A oferta de recursos foi feita no gabinete do ministro Luiz Eduardo Ramos, general responsável pelas candidaturas de Arthur Lira, que disputa o comando da Câmara, e Rodrigo Pacheco, do Senado. Nesta quarta (27), Bolsonaro admite querer interferir na disputa para conseguir impor sua agenda ideológica nos dois últimos anos de seu mandato. Além disso, também tem a intenção de barrar eventuais processos que mirem seu governo, seus filhos e apoiadores, ou até mesmo o avanço de pedidos de impeachment. Segundo relatos de parlamentares, o governo também tem oferecido cargos a quem aceite votar nos dois nomes do governo.

Dos 221 deputados que já declararam apoio a Lira, 131 já estão na planilha, considerando os que já garantiram fatias do orçamento para projetos de seus interesses. Ao todo, 41 dos parlamentares estiveram em ao menos uma reunião no Palácio com Ramos desde dezembro, quando começaram as campanhas nas Casas. Em relação à eleição para o Senado, dos 33 votos declarados para Pacheco, 22 nomes de senadores aparecem na planilha.

Entretanto, isso não significa que não haja negociações também por trás da candidatura de Baleia Rossi, que chegou a votar 90% pelas pautas do governo Bolsonaro, demonstrando um grande ataque aos trabalhadores. O dinheiro que está sendo gasto para comprar as eleições no Congresso poderia ser gasto em 30 milhões de testes de Covid 19 no valor de R$ 100 reais ou 1,6 milhões de cilindros de oxigênio cada um custando R$ 1800 reais.

Leia Mais: Baleia Rossi e Arthur Lira: saiba quem são e por que não são alternativas aos trabalhadores

Como já mencionou o trabalhador da USP Marcello Pablito, “os trabalhadores precisam confiar na sua própria força de mobilização, sem depositar esperanças em Baleia Rossi para a Câmara como fazem a CUT, CTB, PT e PC do B e também o PSOL que no segundo turno já declarou voto neste deputado. Nem muito menos num impeachment que colocará o general Mourão no lugar de Bolsonaro. É fundamental a maior unidade dos trabalhadores para derrotar os ataques e impor um plano logístico de fato racional que possa garantir vacina para todos".

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