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OPRESSÕES | Em vídeo, advogada faz ofensas racistas e homofóbicas em padaria de São Paulo 

Nesta sexta feira (20), em pleno dia da consciência negra, uma advogada foi presa por injúria racial, lesão corporal e homofobia contra funcionários e clientes de padaria em SP. Imagem que circula nas redes sociais mostra mulher ofendendo funcionária da padaria Dona Deôla. Agressora foi solta para cumprir prisão domiciliar. 

segunda-feira 23 de novembro de 2020 | Edição do dia

Uma mulher foi presa em flagrante na última sexta-feira (20), por injúria racial, lesão corporal e homofobia contra funcionários e clientes de uma padaria na Zona Oeste de São Paulo. Um vídeo que circula nas redes sociais a mostra ofendendo uma funcionária do estabelecimento comercial e agredindo um dos clientes. 

Enquanto a advogada Lidiane Brandão Biezok, de 45 anos, disse, em entrevista que foi provocada por dois clientes quando estava comendo um sanduíche, e ainda afirmou cinicamente que não tem nada contra gays, negando inclusive que tenha utilizado termos racistas contra as pessoas da padaria, o relato de dois clientes e de funcionários mostram o oposto, no boletim de ocorrência. 

Os jovens, vítimas de homofobia, eram dois clientes de 24 anos. Os jovens relataram que foram jantar na Dona Deôla e que começaram a filmar a mulher depois que, segundo eles, ela passou a ofender uma garçonete e um funcionário "em razão de um problema com a comida".

Os rapazes disseram que ainda chamaram a atenção dela, dizendo que ela "não tinha o direito de ofender" os funcionários. Em seguida, relatam, a mulher passou a ofendê-los, os chamando de "veados", que "odeia veados" e que os "gays seriam o mal do mundo e que seriam todos aidéticos e que só serviam para passar doenças". 

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, a mulher ofendeu um dos rapazes por causa da cor da sua pele. Segundo o registro, a vítima é parda e a mulher é branca. Dois funcionários da padaria foram ouvidos como testemunhas na delegacia e confirmaram que "presenciaram as ofensas raciais e homofóbicas, o discurso discriminatório em razão da sexualidade das vítimas e as agressões praticadas" contra um dos clientes. 

Na filmagem, a mulher humilha uma funcionária dizendo que “você ainda trabalha na Dona Deôla. Você não é a rainha da Inglaterra”.

Em seguida, um rapaz rebate e fala: “Ela não está aqui para te servir, amore. Ela não vai te servir”.

Em outro momento do vídeo, a mulher xinga alguns clientes com palavras homofóbicas:
“Você sabe que dar o c* dá um problema seríssimo...”, diz a mulher, que fala mais palavrões para um cliente. 

Numa nota divulgada na sua rede social, a Dona Deôla se posicionou confirmando que funcionários e clientes foram vítimas da mulher, que fez ofensas racistas, homofóbicas e transfóbicas:

"Lamentavelmente, na noite de ontem [sexta-feira, 20 de novembro], funcionários e clientes da nossa padaria na Pompeia foram alvo de ofensas racistas, homofóbicas e transfóbicas, que podem inclusive configurar crime. Por isso, seguindo a orientação que lhes foi dada, a nossa equipe acionou a polícia para que as providências fossem tomadas. A Dona Deôla se solidariza com as vítimas desse ato repugnante e se coloca à disposição para prestar toda a assistência necessária. Reiteramos o nosso repúdio a qualquer tipo de discriminação e o nosso compromisso com a proteção e o bem estar de nossos funcionários e clientes", informa a nota que expira em 24 horas depois de publicada. 

Este é só mais um caso de racismo e homofobia numa semana em que ocorreu o brutal assassinato de João Alberto por seguranças do Carrefour em Porto Alegre na madrugada desta mesma sexta, e após a divulgação de uma pesquisa feita pelo SUS em Julho deste ano de que um LGBT é agredido no Brasil a cada hora. 

Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas, que chegam a negar inclusive que o racismo existe num país como o Brasil, são representantes dessas opressões e aprofundam ela dia a dia, fazendo multiplicar casos como esses. Por isso, é preciso que toda energia da luta dos trabalhadores esteja aliado a luta do movimento negro, de mulheres e lgbts contra esse regime que aprofunda e mobiliza os preconceitos e as opressões para aumentar os lucros dos patrões e empresários.




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